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>Rio Grande do Sul pouco evolui no saneamento básico e condições ainda são precárias 

Um estudo realizado pelo Trata Brasil aponta que a universalização do saneamento no estado gaúcho resultaria em ganhos socioeconômicos de R$ 34,3 bilhões 

Situado na Região Sul do país, o Rio Grande do Sul abriga mais de 10,8 milhões de pessoas. No estado, 88,1% da população é atendida com água potável e 36,0% recebe o serviço de coleta de esgoto. Um dos maiores gargalos é no índice de tratamento de esgoto, em que o Rio Grande do Sul trata apenas 26,6% do esgoto gerado – número que representa o despejo de 448 piscinas olímpicas no meio ambiente todos os dias. Ademais, cerca de 39,5% da água é perdida nos sistemas de distribuição, ou seja, todo esse volume não chega de forma oficial às residências gaúchas.

Tabela 1 – Indicadores de saneamento no Rio Grande do Sul – 2021 x 2022

Fonte: Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) 

Segundo informações disponibilizadas pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano-base 2022, o estado do Rio Grande do Sul pouco ampliou o saneamento e continua distante da universalização, principalmente, nos serviços de coleta e tratamento de esgoto. O Novo Marco Legal do Saneamento estabeleceu que até 2033, todas as localidades do país atendessem 99% da população com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto. 

Analisando o cenário do estado gaúcho, a evolução nos indicadores básicos entre 2021 e 2022 foi pequena. É possível observar que houve uma mínima ampliação de pouco mais de 1 ponto percentual nos indicadores de atendimento à água, coleta e no tratamento de esgoto. Não muito diferente, o índice de perdas reduziu em 2,1 p.p em comparação com o ano anterior.

Levar o acesso pleno aos serviços básicos para a população vai além de implicações na área da saúde, já que o estado como um todo será beneficiado em âmbitos sociais, econômicos e ambientais. Um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil aponta que, caso o Rio Grande do Sul alcance a universalização até 2033, os benefícios socioeconômicos devem exceder os custos em quase R$ 34,3 bilhões, indicando um balanço social positivo para a região. Essa relação indica que para cada R$ 1,00 investido em saneamento, o estado do Rio Grande do Sul deve ter ganhos sociais de R$ 5, um retorno maior que o esperado para a região Sul do Brasil e para a média nacional.