A despoluição da Bacia do Rio Sergipe será um dos principais legados da universalização do saneamento, potencializando o turismo, lazer e promovendo bem-estar para a população
Na terça-feira, 27 de agosto, o Instituto Trata Brasil, em parceria com a EX Ante Consultoria, lançou o estudo “Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento em Sergipe”, que destaca os diversos ganhos que o estado teria com a universalização do acesso à água potável e aos serviços de coleta e tratamento de esgoto. Um dos principais benefícios para o estado seria o fomento à atividade turística, um setor importante para a economia local que depende do acesso completo ao saneamento.
O estado de Sergipe enfrenta desafios na oferta dos serviços básicos aos habitantes. De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano-base 2022, cerca de 91,6% da população recebe o atendimento de água e 39,7% são atendidos com coleta de esgoto em suas residências, enquanto somente 37,7% do esgoto é tratado antes de retornar ao meio ambiente. Além disso, o estado perde 57,6% da água potável nos sistemas de distribuição.
Se o estado alcançar as metas estabelecidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento, isto é, levar o acesso a água para 99% da população e 90% dos habitantes com coleta e esgoto, entre o período de 2023 a 2040, os benefícios econômicos devem superar os custos em R$ 16,18 bilhões, resultando em um balanço social bastante positivo para a região. Isso implica que, para cada R$ 1,00 investido em saneamento, Sergipe deve obter ganhos sociais de R$ 2,60. Ademais, haverá um movimento crescente de geração de emprego e renda durante a fase de expansão das redes e a estabilização num patamar de 21 mil postos de trabalho na região.
A valorização ambiental, que depende diretamente da despoluição dos rios e córregos e da oferta universal de água tratada —pré-condições para o pleno desenvolvimento das atividades turísticas— resultará em ganhos expressivos para o setor em Sergipe. Entre 2023 e 2040, o valor presente dos ganhos com o turismo deve alcançar R$ 1,164 bilhão, indicando um fluxo médio anual de R$ 64,666 milhões no período.
Uma ação imediata para ampliar o potencial de turismo do estado é a despoluição da Bacia do Rio Sergipe, que atualmente compromete a balneabilidade das áreas costeiras no entorno da foz do Rio Sergipe em Aracaju. A despoluição promoverá o desenvolvimento das atividades de lazer nessas áreas, como bares, restaurantes e hotéis, valorizando os negócios existentes e atraindo novos investimentos para a região. O mesmo se aplica às áreas costeiras do estado que recebem águas das outras cinco bacias hidrográficas.
“Em Sergipe, a universalização será essencial para a despoluição da Bacia do Rio Sergipe, essencial para as atividades econômicas, de turismo e o abastecimento hídrico da população. Levar saneamento básico significa oferecer oportunidades dignas da população viver com qualidade e o estado crescer sustentavelmente” – aponta Luana Pretto, Presidente-Executiva do Trata Brasil.