Crianças e idosos são os mais afetados pelas enfermidades de veiculação hídrica
Diante de um cenário no qual mais de 33 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e mais de 93 milhões não são atendidos com coleta de esgoto, vemos que a população tem sua saúde diretamente afetada pela ausência do saneamento básico. Não obstante a precariedade desses serviços, somente 51,2% do esgoto é tratado – volume que representa 5,52 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento lançados na natureza e nos corpos hídricos do país diariamente.
A falta de saneamento básico tem implicações diretas sobre a saúde da população, principalmente em crianças e idosos, uma vez que eleva a incidência de infecções gastrointestinais e doenças respiratórias, dado que a higiene das mãos é uma forma muito eficaz de reduzir a probabilidade de transmissão dessas enfermidades. Informações do DATASUS (2021), presentes no Painel Saneamento Brasil, apontam que o maior contingente de internações por doenças por falta de saneamento foi entre crianças de 0 a 14 anos e em adultos e idosos entre 40 a 79 anos.
Tabela 1 – Internações por doenças de veiculação hídrica – de acordo com faixa etária
Fonte: DATASUS 2021/ Painel Saneamento Brasil
Além dos impactos na qualidade de vida das pessoas, a ausência de saneamento básico, ao aumentar a incidência de internações por doenças associadas a este problema, provoca o afastamento das pessoas de suas funções laborais, algo que tem consequências no presente e no futuro do país.
Tabela 2 – Internações por doenças associadas à falta de saneamento
Fonte: DATASUS 2021/ Painel Saneamento Brasil
A recorrência dessas infecções prejudica a sociedade, gerando custos irrecuperáveis. Por exemplo, os trabalhadores que vivem em regiões sem saneamento ficam mais suscetíveis a estes tipos de doenças e, consequentemente, têm um desempenho produtivo pior, o que acaba afetando a carreira profissional e o potencial de renda que podem auferir no mercado de trabalho. Além disso, a propagação dessas doenças afastam crianças e jovens de suas atividades escolares, o que acaba prejudicando o desempenho educacional, também impactando o potencial futuro desse jovem.
Sendo assim, ofertar plenamente os serviços de saneamento básico para a população resultaria em ganhos para o bem-estar das pessoas. Seriam benefícios na qualidade de vida, com a melhoria direta na saúde, como também em âmbitos profissionais, resultando no aumento da produtividade do trabalhador e educacionais, possibilitando que os jovens possam se desenvolver de forma saudável ao longo da fase escolar.