Parte do setor do saneamento demonstra ineficiência em relação aos índices de perdas de água
Levar água para as residências é uma das grandes dificuldades no Brasil. De acordo com dados do SNIS, ano base de 2020, além dos 35 milhões de pessoas sem acesso à água potável, o país perde 40,1% de toda água potável captada nos sistemas de distribuição .
Com a pandemia da Covid-19, a falta do acesso aos serviços somada ao desperdício de água significam que milhões de brasileiros deixam de ter esse recurso precioso até mesmo para lavar as mãos.
Tabela 1 – Perdas na distribuição entre 2017 e 2020
Analisando a situação das perdas de água ao longo dos anos, é possível observar que os números só pioram. Desde 2017 até 2020, o índice cresceu 1,8% p.p, expondo que a redução de perdas não é prioridade no país. Em estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil em 2021, a partir de dados do SNIS 2019, apontaram que o índice de 39,2% representaria um volume equivalente a 7,5 mil piscinas olímpicas de água tratada desperdiçada diariamente.
Além de atender mais pessoas com acesso à água potável, a redução do índice de perdas, analisando a partir impacto ambiental, certamente ajudaria a manter mais cheios os rios e reservatórios espalhados pelo Brasil, uma vez que o volume de água retirado da natureza poderia ser menor.
Para alcançar os objetivos estabelecidos pelo Novo Marco Legal do Saneamento, reduzir e controlar as perdas na distribuição é imprescindível, ao passo que essa medida pode contribuir com a principal meta: levar água para 99% da população brasileira até 2033.