Nesta terça-feira (04 de maio) acontece a final do Big Brother Brasil 21, reality que reúne participantes de diversas partes do país, confinados e vigiados por 100 dias. Durante todo este tempo, eles foram a atração da mídia brasileira, gerando diversos debates sociais importantes, mas e o saneamento básico de onde eles vieram? Será que eles cresceram em cidades com bons indicadores? No nosso texto de hoje, vamos analisar o saneamento das cidades dos finalistas Camilla de Lucas, Fiuk e Juliette, e também do quarto lugar do programa, Gilberto Nogueiro, mais conhecido como Gil do Vigor.
Todos os municípios dos participantes aparecem no Ranking do Saneamento do ITB, baseado nas 100 maiores cidades do Brasil e com dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), a publicação anual avalia os indicadores de acesso à água potável, coleta e tratamento dos esgotos nas cem maiores cidades do país.
Hoje, no Brasil, quase 35 milhões de habitantes não têm acesso ao serviço de água tratada e aproximadamente 100 milhões de pessoas não têm acesso à coleta de esgotos. O Brasil ainda não trata metade dos esgotos que gera (49%), o que representa jogar na natureza, todos os dias, 5,3 mil piscinas olímpicas de esgotos sem tratamento.
Fiuk, primeiro brother a garantir seu lugar na final, é natural de São Paulo, cidade que aparece na 8ª posição do Ranking do Saneamento de 2021 com mais de 12 milhões de habitantes. O município tem 99,3% da população atendida por água e 96,3% possui serviço de esgoto e apenas 68,6% do esgoto é tratado, número acima da média das 100 melhores cidades do ranking de 62,17%.
Nova Iguaçu (RJ), cidade da Camilla de Lucas, também tem boa parte da população com acesso a água, 94,23% e 100% desse número tem serviço de esgoto. O que surpreende negativamente é o índice de tratamento do esgoto, apenas 10,75%. O município, que tem mais de 821 mil habitantes, está em 47° lugar no Ranking.
De Campina Grande (PB), Juliette é uma dos mais das 400 mil habitantes da cidade que aparece na 22ª posição no Ranking. 100% da população tem acesso a água, 91,41% tem acesso aos serviços de esgoto e 72,9% desse esgoto é tratado.
O quarto colocado do programa, Gilberto, que foi eliminado no último domingo (02 de maio), é de Paulista (PE), cidade com um pouco mais de 331 mil habitantes. No Ranking a cidade aparece em 59° lugar, 100% da população tem acesso a água, porém apenas um pouco mais da metade (52,69%) é atendida pelo serviço de esgoto e 45,66% do que é gerado é tratado. A cidade já evoluiu consideravelmente desde o Ranking de 2016, em que aparecia entre os 20 piores municípios, na 81ª posição.
O campeão em perdas de água na distribuição é Paulista (PE), com 60,11%, valor muito superior à média nacional de 39,2%. Em seguida aparece São Paulo (SP) com 34,38% acompanhado de Campina Grande (PB) com 27,7% e Nova Iguaçu com 3,88%. Basta saber quem será o campeão do programa.
Independente da trajetória dos participantes na casa mais vigiada do país, é inegável dizer que o saneamento básico ainda é um desafio para todas as cidades onde eles nasceram.