Estudo do ITB mostra que os ganhos com o acesso pleno dos serviços básicos no estado pode chegar em R$ 59,8 bilhões
O Instituto Trata Brasil, em parceria com a EX ANTE Consultoria Econômica, divulgou em março o estudo “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento no Pará”, que apresenta os diversos ganhos socioeconômicos que o estado teria com a universalização do saneamento básico.
De acordo com o estudo, entre o período de 2023 e 2040, os benefícios devem alcançar R$ 97,5 bilhões, sendo R$ 51,3 bilhões de benefícios diretos (renda gerada pelo investimento e pelas atividades de saneamento e impostos sobre consumo e produção recolhidos) e de R$ 46,2 bilhões devido à redução de perdas associadas às externalidades. Os custos sociais no período devem somar R$ 37,7 bilhões aproximadamente. Sendo assim, os benefícios devem exceder os custos em R$ 59,8 bilhões, indicando um balanço social bastante positivo para a região. Essa relação indica que para cada R$ 1,00 investido em saneamento, o estado do Pará deve ter ganhos sociais de R$ 3,20.
Um dos maiores ganhos que o estado paraense teria com a universalização do saneamento seria no aumento da produtividade do trabalhador. Com melhores condições de saúde e a diminuição de doenças associadas à falta de saneamento, estima-se que haverá um forte aumento de produtividade devido à dinâmica futura do saneamento no Pará. O valor presente do aumento de renda do trabalho com a expansão do saneamento, entre 2023 e 2040, será de aproximadamente R$ 36 bilhões, que resultará num ganho anual de aproximadamente R$ 2,0 bilhões.
Para além disso, ao longo desse período, haverá um movimento crescente de geração de emprego e renda durante a fase de expansão das redes e a estabilização num patamar de 42 mil postos de trabalho na região.
Atualmente, o Pará apresenta um cenário precário e preocupante nos indicadores de saneamento básico. Em 2022, 3,973 milhões de pessoas ainda moravam em residências sem acesso à água tratada no Pará e 7,429 milhões de habitantes moravam em residências sem coleta de esgoto no estado (cerca de 91,5% da população).
O acesso pleno aos serviços básicos tem o potencial de gerar um grande impacto positivo tanto na saúde, como também no desenvolvimento educacional, na valorização ambiental e no aumento da renda do trabalhador. Dessa maneira, a universalização da água tratada e a coleta e tratamento dos esgotos pode mudar o futuro das próximas gerações de paraenses, ressalta Luana Pretto, Presidente-Executiva do Trata Brasil.