Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, foi um município destaque no evento do Instituto Trata Brasil, “Casos de Sucesso – Avanços em Saneamento Básico 2015”, pelo desempenho positivo na expansão de serviços de saneamento do município.
Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS), plataforma de indicadores do Ministério do Desenvolvimento Regional, apontam que o abastecimento de água chega para 95,4% da população. O município realiza a coleta de esgoto para 93,7% dos habitantes e 77,4% do volume do esgoto gerado é tratado
Ano | Indicador de atendimento total de água (%) | Indicador de atendimento total de esgoto (%) | Indicador de Esgoto Tratado por água consumida (%) |
2014 | 100 | 100 | 68,5 |
2015 | 94,9 | 91,3 | 70,3 |
2016 | 95 | 92,5 | 72,2 |
2017 | 94,4 | 91,9 | 76,4 |
2018 | 95,3 | 94,2 | 77,9 |
2019 | 95 | 93,9 | 78,1 |
2020 | 95,4 | 93,7 | 77,4 |
O INSTITUTO TRATA BRASIL ENTREVISTOU A COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS, COPASA, RESPONSÁVEL PELOS SERVIÇOS NO MUNICÍPIO. LEIA NA ÍNTEGRA:
Que esforços você destacaria como fatores mais importantes na gestão do saneamento local e que fizeram com que se chegasse a esta posição tão boa?
A Copasa mantém planos diretores de água desde 1975, atualizados periodicamente, e por meio do acompanhamento e gestão desses planos os investimentos e ampliações necessárias são direcionados para manutenção e melhoria constante do sistema. Belo Horizonte e Contagem contam com um sistema de abastecimento de água integrado constituído de três principais sistemas produtores localizados em municípios da região metropolitana da capital. O sistema de distribuição é abrangente e possui uma ampla rede de adutoras que garante o atendimento de 100% das áreas formais dos dois municípios.
Para esclarecimento dos os índices de atendimento apresentados pelo SNIS, salientamos que os percentuais da população que não têm acesso a água e ao serviço de coleta de esgoto referem-se à população que não está ligada à infraestrutura dos sistemas da Copasa, que alcançam em 100% das áreas regulares habitadas dos municípios de Belo Horizonte e Contagem.
Em algumas ocupações e áreas não regularizadas pelo poder público não há infraestrutura implantada, resultando em um índice de 0,89% e 0,45% das populações dos municípios de Belo Horizonte e Contagem respectivamente, sem acesso regular aos serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto. Considerando a estimativa populacional dessas ocupações, o índice de cobertura dos sistemas de abastecimento de água em Belo Horizonte atinge 99,02% dos habitantes e para Contagem 99,55%.
Mesmo nas áreas onde a Copasa disponibiliza o abastecimento de água, há um grande número de clientes que não estão ligados às suas redes (ligações inativas), seja por solicitação própria ou desligamento involuntário e temporário devido a inadimplência. A partir desse número de ligações inativas é estimado o índice de atendimento do município, que em Belo Horizonte atinge 96,99% da população e 87,78% da população de Contagem.
Em relação ao sistema de esgotamento sanitário destacamos que as estações de tratamento de esgoto Onça e Arrudas têm capacidade de tratamento de 100% dos esgotos gerados nos municípios de Belo Horizonte e Contagem. Entretanto, o índice de cobertura é menor devido a topografia acidentada da Região Metropolitana, com áreas de difícil acesso para intervenção e implantação de infraestrutura, sendo necessário a utilização de soluções condominiais e muitas vezes intervenções na infraestrutura urbanística por parte do poder público.
Quais desafios e problemas vocês enfrentaram para a melhoria do saneamento básico da cidade? Como resolveram para chegar nos indicadores atuais?
O sistema de abastecimento para os municípios de Belo Horizonte e Contagem é integrado para grande parte da Região Metropolitana e complexo em sua operação e planejamento. Atualmente o principal desafio na prestação de serviços nos dois municípios tem sido a grande ocorrência de ocupações irregulares e alto número de fraudes no sistema, acarretando um índice de perdas elevado.
Quanto ao esgotamento sanitário, o desafio está relacionado a topografia acidentada com áreas de difícil acesso para intervenção e implantação de infraestrutura, exigindo utilização de soluções alternativas, como por exemplo sistemas condominiais.
Os indicadores atuais são fruto do acompanhamento do plano diretor que norteia o planejamento dos investimentos de curto, médio e longo prazo.
Investimentos sem uma boa gestão não trazem resultados. E o oposto? É possível ter sucesso com pouco recurso financeiro?
O sucesso ocorre a partir de uma aplicação eficiente dos recursos financeiros na justa medida em que os desafios se apresentam. Para alcançar este objetivo é essencial um acompanhamento efetivo e uma boa gestão dos processos e necessidades da Companhia.
Que conselhos vocês dariam aos gestores e empresas operadoras de outras cidades para que consigam melhorar os indicadores de saneamento?
A busca da eficiência juntamente com a excelência na prestação dos serviços são metas que devem ser perseguidas com afinco e persistência. Planejamento e acompanhamento das ações são etapas que devem ser valorizadas para efetivo sucesso.