Em 2024, o país registrou um custo médio de R$ 506,07 por internação
Em 2024, o Brasil registrou um total de 344,4 mil internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI), resultando em um desembolso de R$ 174,309 milhões para o sistema de saúde. Os números do estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil analisam o impacto econômico que a falta do saneamento exerce a partir do gasto de internações para tratamentos de doenças evitáveis.
As doenças transmitidas por inseto vetor, como por exemplo dengue, febre amarela e malária, representaram a maior parcela dos gastos, respondendo por 48,9% do total, o que equivale a R$ 85,236 milhões no ano. Já as doenças de transmissão feco-oral, que incluem diarreia, hepatite A e febre tifoide, ficaram em segundo lugar, sendo responsáveis por 44,0% do total ou R$ 76,706 milhões no período analisado.
O custo médio por internação foi de R$ 506,07, valor que, multiplicado pelo elevado número de casos, demonstra o peso econômico dessas enfermidades evitáveis no orçamento da saúde pública. Esse é um valor que poderia estar sendo redirecionado para outras áreas prioritárias do sistema de saúde caso houvesse investimentos adequados em infraestrutura de saneamento básico.
A universalização do saneamento no Brasil apresenta uma solução transformadora para esse cenário, com potencial para reduzir em 86.760 o número de internações por DRSAI no país. Considerando o custo médio de R$ 506,32 por internação em 2024, essa redução significativa no número de casos resultaria em uma economia anual de R$ 49,928 milhões para o sistema de saúde. O impacto a longo prazo é ainda mais expressivo: a perpetuidade desse ganho representaria um legado positivo para a sociedade brasileira em termos de despesas hospitalares estimado em R$ 1,255 bilhão.