Dentre essas internações, cerca de 16 mil foram de mulheres, representando pouco mais da metade do total
Estado da Região Nordeste que abriga mais de 6,7 milhões de pessoas, o Maranhão apresenta um cenário precário de saneamento. No estado, quase 3 milhões de pessoas não têm acesso à água potável e aproximadamente 6 milhões não possuem atendimento de coleta de esgoto. Além disso, somente 14,1% do esgoto gerado é tratado, volume que representa o despejo diário de 206 piscinas olímpicas de esgoto no meio ambiente. Esse panorama carente da infraestrutura básica tem implicações diretas na saúde e bem-estar dos maranhenses.
De acordo com dados do DATASUS (2022), disponíveis no Painel Saneamento Brasil, mais de 30 mil pessoas foram hospitalizadas no Maranhão devido a doenças relacionadas à falta de saneamento. A taxa de incidência foi de 44,33 casos por 10 mil habitantes. Dentre essas internações, cerca de 16 mil foram de mulheres, representando pouco mais da metade do total, enquanto 13,6 mil foram de homens. As hospitalizações em decorrência da ausência de saneamento geraram despesas de mais de R$10 milhões ao estado.
A precariedade do saneamento básico afeta diretamente as atividades cotidianas das pessoas a curto, médio e longo prazo. Para crianças, adolescentes e jovens, isso impacta negativamente no desenvolvimento escolar e na progressão para o mercado de trabalho. Para os responsáveis das famílias, a ausência de saneamento compromete a renda e a produtividade no trabalho.
O acesso pleno aos serviços de água e esgotamento sanitário deve ser prioridade na agenda pública, uma vez que resulta em benefícios sociais, econômicos e ambientais. Além disso, o saneamento básico é um dos pilares da saúde pública, sendo fundamental para que a população viva com qualidade de vida.
Até 2033, todas as localidades do país têm o compromisso de atender 99% da população com acesso à água e 90% com coleta e tratamento de esgoto, conforme as metas estabelecidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento. Portanto, o Maranhão precisa concentrar maiores investimentos na infraestrutura básica para assegurar que mais habitantes tenham acesso ao básico.