Segundo o Ranking do Saneamento 2024, a média do investimento per capita entre as 100 maiores cidades é de R$ 138,68, enquanto o PLANSAB considera necessário R$ 231,09
Para mudar o cenário precário que ainda milhões de habitantes vivem pela falta do saneamento, o país precisa atuar de maneira mais incisiva na ampliação dos serviços básicos, fomentando um maior investimento nesta modalidade de infraestrutura. Algo que ainda está distante em muitas localidades brasileiras.
De acordo com o Ranking do Saneamento 2024, estudo que analisa os indicadores de saneamento dos 100 municípios mais populosos do país, a média de investimento por habitante entre essas cidades equivale a R$ 138,68. Para além, o Ranking mostra que 42 municípios investem menos de R$ 100 por habitante, o que equivale a menos da metade do patamar de R$ 231,09 considerados necessários segundo o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) para universalizarmos o acesso até 2033. Por outro lado, somente 17 municípios investem mais de R$ 200 por habitante, sendo que 10 desses investem valores acima do considerado de excelência.
Quadro 1: Melhores e Piores Municípios – investimentos totais por habitante
O quadro acima mostra quais são os 10 municípios que mais investiram e os 10 que realizaram menos investimentos, em termos de suas populações.
Entre uma das cidades destaques neste indicador, Praia Grande (SP), que ocupa a 12ª posição no Ranking, investiu R$ 693,01 por habitante – a cidade litorânea também foi uma das mais evoluíram em comparação à edição passada do Ranking, apresentando uma variação positiva de 22 posições. Outros municípios da região Sudeste e Centro-Oeste figuram entre as cidades que mais investiram por habitante em saneamento.
Em contrapartida, Várzea Grande (MT) investiu somente R$ 25,91 por habitante, valor muito distante do necessário para a universalização do saneamento, conforme estabelecido pelo PLANSAB. Aparecem também entre os destaques negativos desse indicador municípios da região Sudeste, Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Um país desenvolvido passa pelo acesso digno aos serviços de saneamento básico para a população. Desta forma, universalizar o atendimento de água e coleta e tratamento de esgoto resulta na melhoria da saúde e qualidade de vida da população, como também fomenta a economia, influenciando na geração de emprego, na renda e aumento de produtividade do trabalhador. Com metas definidas pelo Marco Legal do Saneamento (Lei Federal 14.026/2020), o país tem como propósito fornecer água para 99% da população e coleta e tratamento de esgoto para 90%, até 2033.