O estado enfrenta desafios para levar o acesso adequado de esgotamento sanitário aos habitantes
A precariedade de saneamento básico afeta milhões de residências pelo país, prejudicando diretamente a qualidade de vida dos cidadãos que enfrentam diariamente problemas como falta de água potável e a ausência de coleta e tratamento de esgoto. De acordo com dados da PNADC, em 2022, aproximadamente 22,832 milhões de domicílios no Brasil não tinham acesso à rede geral de esgoto, o que corresponde a 30,8% do total de residências – conforme aponta o estudo do Instituto Trata Brasil “A vida sem saneamento – Para quem falta e onde mora essa população?.
Quando analisado o recorte por região, a situação é ainda mais crítica no Nordeste do país, onde mais de 9,7 milhões de moradias, ou cerca de 42,7% do total, não tinham acesso à coleta de esgoto. Entre os estados nordestinos, o Piauí apresentou a maior proporção de domicílios sem esse serviço, com cerca de 83,2%.
A carência de serviços de coleta e de tratamento de esgoto tem sérias consequências para a saúde da população, elevando a contaminação por doenças de veiculação hídrica. Segundo dados do DATASUS 2022, presentes no Painel Saneamento Brasil, houve mais de 7 mil internações por essas enfermidades no Piauí.
Além dos impactos para o bem-estar da população, a falta de saneamento básico, ao aumentar a incidência de infecções, resulta no afastamento das pessoas de suas atividades cotidianas, impactando a escolaridade dos jovens, a renda do trabalhador e, consequentemente, a produtividade.
Diante desses indicadores alarmantes, é crucial que os municípios do Piauí priorizem a agenda de saneamento, buscando melhorar significativamente os serviços básicos a fim de proporcionar condições dignas de vida para sua população. Para além da melhoria da saúde, o saneamento atua como um catalisador para o crescimento socioeconômico e ambiental.