Relatório aponta que um dos maiores desafios das 100 maiores cidades brasileiras é no índice de tratamento de esgoto
Para iniciar a Semana da Água, o Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, divulga a 15ª edição do Ranking do Saneamento com foco nas cem maiores cidades do Brasil. O relatório faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano de 2021, publicado pelo Ministério das Cidades.
O cenário nacional aponta indicadores preocupante de saneamento, em que cerca de 35 milhões de brasileiros não têm acesso á água potável e quase 100 milhões de habitantes ainda não são atendidos com coleta de esgoto. Não obstante, o país enfrenta dificuldades para tratar os esgotos, em que somente 51,2% dos esgotos são tratados, isto é – mais de 5,5 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente.
Nesta edição, o Ranking de Saneamento 2023 destaca os municípios que variaram mais de dez posições, de forma positiva ou negativa, em relação ao Ranking de 2022. Entre os municípios que mais se destacaram em relação ao ano anterior, estão: Cuiabá, Niterói, Vila Velha, Vitória e Sorocaba. Por outro lado, Belo Horizonte e Anápolis, foram as cidades que apresentaram variação negativa no relatório.
Além disso, o Ranking evidencia que a configuração do grupo de melhores e piores nos indicadores de saneamento continua semelhante. Dos 20 melhores municípios do Ranking de 2023, oito são do estado de São Paulo, seis do Paraná, um de Minas Gerais, um do Rio de Janeiro, um do Tocantins, um da Paraíba, um da Bahia e de Brasília, no Distrito Federal. Dentre os 20 piores municípios do Ranking de 2023, destaca-se que quatro são do estado do Pará, quatro do Rio de Janeiro, e dois do Rio Grande do Sul. Do restante, quatro pertencem à macrorregião Norte, quatro situam-se na macrorregião Nordeste, um na região Centro-Oeste, e outro na região Sudeste.
É possível observar que 18 dentre os 20 melhores seguem nesse conjunto pelo segundo ano consecutivo, algo que também é visto entre os piores, no qual, 17 dentre os 20 piores seguem nessa lista por duas edições seguidas – confira quais são as cidades no estudo completo: https://tratabrasil.org.br/ranking-do-saneamento-2023/.
Com metas definidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento (Lei Federal 14.026/2020), o país tem como propósito fornecer água para 99% da população e coleta e tratamento de esgoto para 90%, até 2033. Sendo assim, o Ranking do Saneamento 2023 liga um alerta, seja para as capitais brasileiras, como também para os municípios nas últimas posições, para que possam atuar pela melhoria dos serviços básicos.
“Nesta edição do Ranking, é observado que além da necessidade de os municípios alcançarem o acesso pleno do acesso à água potável e atendimento de coleta de esgoto, o tratamento dos esgotos é o indicador que está mais distante da universalização nas cidades, mostrando-se o principal gargalo a ser superado. Imagine o volume de 5,5 mil piscinas olímpicas . Essa é a carga poluente de esgoto não tratado no Brasil despejado irregularmente nos rios, mares e lagos todos os dias (quase 2 milhões de piscinas olímpicas por ano), que corrobora para a degradação do meio ambiente e, principalmente, impacta negativamente a saúde da população” – aponta Luana Pretto, Presidente Executiva do Trata Brasil.