No país, o total de internações por falta de saneamento básico em 2019 ultrapassou 273 mil
O Instituto Trata Brasil lançou o estudo “SANEAMENTO E DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA – ano base 2019” com o objetivo de apresentar as principais consequências da ausência de saneamento na saúde à saúde da população brasileira. A partir de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e o DATASUS, o relatório mostra as internações e óbitos relacionados com doenças de veiculações hídricas de todo território nacional, refletindo as condições sanitárias de cada região. Como extrato do relatório, é possível observar dados de internações em crianças de 0 a 4 anos.
Gráfico 1 – Internações por doenças de veiculação hídrica em crianças de 0 a 4 anos
Em 2019, as internações de crianças de 0 a 4 anos correspondem a 30% do valor total com 81,9 mil internações, assim como é mostrado no gráfico acima. 35 mil destas internações ocorreram no Nordeste, com a menor taxa registrada no Sul – 6,7 mil internações. No mesmo ano, ocorreram 124 mortes de crianças de 0 a 4 anos, sendo 54 delas no Nordeste, seguido do Norte com 41, Sudeste com 14, Centro-Oeste com 12 e o Sul com apenas três.
Gráfico 2 – Internações por doenças associadas à falta de saneamento (crianças de 0 a 4 anos) de 2010 a 2019
O gráfico 2 apresenta as internações devido às doenças de veiculações hídricas de 2010 a 2019. É possível observar uma expressiva a queda no número de internações de crianças de 0 a 4 anos, com mais de 200 mil em 2010 e declínio para 81,9 mil em 2019. Entretanto, de 2018 a 2019 houve um leve aumento de 517 internações.
Além de mais informações presentes no estudo, conclui-se, a partir do relatório, que é necessário acelerar a agenda do saneamento básico com mais investimentos de forma com que mais crianças recebam os serviços de água e esgotamento sanitário. Quando uma criança é internada por doença de veiculação hídrica, todo o aprendizado dela é comprometido, assim como sua vida futura em relação ao trabalho.
É essencial que o país cumpra com as metas do novo Marco Legal do Saneamento, no qual estipula que até 2033, 99% da população precisa ter acesso à água tratada e 90% da precisa ter atendimento a coleta dos esgotos.