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Mais de 1.000 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas diariamente no Sul do país

Distante das metas do Marco Legal do Saneamento para universalizar os serviços de esgotamento sanitário, apenas 46,7% do esgoto é tratado na região Sul

Região que abriga mais de 30 milhões de habitantes, o Sul do Brasil enfrenta desafios para atender a população com os serviços de coleta e tratamento de esgoto. Segundo informações do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2021, presentes no Painel Saneamento Brasil produzido pelo Trata Brasil, somente 48,4% dos habitantes da região são atendidos com coleta de esgoto e apenas 46,7% deste esgoto gerado é tratado. Sendo assim, a região está aquém da meta estabelecida pela Lei 14.026/2020, o “Novo Marco Legal do Saneamento Básico”, no qual, 90% da população deverá ter acesso à coleta e ao tratamento de esgoto até 2033.

Para se ter uma ideia do volume, o Rio Grande do Sul (RS), estado que mais lança esgoto de forma irregular na região, despeja diariamente um volume equivalente a 443 piscinas olímpicas deste material na natureza. No estado, somente 25,3% do esgoto produzido é tratado, sendo a média nacional neste indicador de 51,2%. Em seguida, com números também preocupantes, o Paraná (PR) lança irregularmente 344 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento e Santa Catarina despeja 300.

Quadro 1 – Piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento despejadas diariamente nos estados da Região Sul

Fonte: Instituto Trata Brasil

Entre os diversos malefícios advindos da precariedade do saneamento, a ausência dos serviços de coleta e tratamento de esgoto impactam a qualidade de vida dos habitantes e a economia local. De acordo com informações do DATASUS (2021), ocorreram mais de 12 mil internações por doenças associadas à falta de saneamento no Sul do país, resultando em despesas de cerca de R$6 milhões com hospitalizações. 

A região, importante polo turístico do país, contaria com ganhos significativos com a universalização do saneamento. No Rio Grande do Sul, por exemplo, entre 2023 e 2033, o valor presente dos ganhos com o turismo pode alcançar R$ 3,2 bilhões a partir da universalização do saneamento, indicando um fluxo médio anual de R$ 294 milhões no período – como aponta o estudo “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento no Rio Grande do Sul”, divulgado em abril de 2023 pelo Instituto Trata Brasil. A melhora nos serviços de coleta e tratamento de esgoto tem como efeito a valorização ambiental que, consequentemente, influencia na melhor balneabilidade das praias, na despoluição dos rios e córregos e na oferta universal de água tratada, pré-condição para o pleno exercício do turismo.

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Trata Brasil

O Instituto Trata Brasil é uma OSCIP - Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, formado por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país.

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