Segundo Painel Saneamento Brasil, a diferença na renda do recifense que trabalha com turismo e tem acesso a saneamento é de R$ 1.618,79 a mais do que aquela dos não atendidos
Fundada em 12 de março de 1537, a cidade de Recife completa 486 anos de existência, neste domingo. Na capital pernambucana, que abriga mais de 1,6 milhão de habitantes, o acesso à água potável chega para 96,4% da população e somente 45,0% recebe atendimento de esgoto em suas residências – enquanto, 75,1% dos esgotos gerados são tratados (porcentagem superior à média nacional de 51,2%). No que diz respeito ao índice de perdas, Recife desperdiça mais da metade da água produzida nos sistemas de distribuição, isto é, 50,8% do recurso hídrico não chega de forma oficial nas residências do país.
Um dos destinos mais procurados para viagens, Recife destaca-se pelas diversas praias, rios, pontes, ilhéus e penínsulas. Como se saber, o saneamento básico influencia diretamente o setor turismo, uma vez que o acesso pleno aos serviços de coleta e tratamento de esgoto têm como efeito a valorização ambiental influenciando na melhor balneabilidade das praias, na despoluição dos rios e córregos e na oferta universal de água tratada, pré-condição para o pleno exercício do turismo.
Evidenciando esse impacto a partir de dados, segundo informações presentes no Painel Saneamento Brasil, a parcela do total de empregados do setor privado que trabalha no setor de turismo na capital pernambucana é de 5,9%. Uma curiosidade é que o rendimento médio dos empregados em turismo que moram em residências com saneamento básico é de cerca de R$2.130,75, por outro lado, a renda dos trabalhadores no turismo sem saneamento é de R$ 511,96 – uma diferença de R$ 1.618,79 reais.
Quando analisado o efeito da falta de saneamento na remuneração das pessoas em geral, independentemente de algum setor específico, o gargalo é ainda maior. Em Recife, segundo informações do IBGE (2021), a renda de quem mora em residência com saneamento é de R$ 3.349,48, enquanto a renda das pessoas sem os serviços básicos é de R$ 716,74, ou seja, a diferença é de mais de R$ 2,6 mil reais.