O Brasil apresenta grande heterogeneidade neste indicador quando se comparam as regiões
No começo do mês de junho, o Instituto Trata Brasil, em parceria institucional com a Asfamas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento) e Water.org, lançou o estudo “Perdas de Água Potável 2022 (SNIS ano base 2020): Desafios para Disponibilidade Hídrica e Avanço da Eficiência do Saneamento Básico no Brasil”. O relatório foi feito a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, ano base 2020). Além disso, o estudo contou com a elaboração da GO Associados.
O relatório constatou grande ineficiência do país em relação a distribuição de água potável pelas cidades: 40,1% da água é perdida antes mesmo de chegar à casa das pessoas. Entre as regiões do Brasil, a situação de perdas apresenta grande heterogeneidade quando se comparam suas diversas regiões.
As regiões Norte e Nordeste, que possuem os piores indicadores de saneamento, devem enfrentar maiores desafios para reduzirem os índices de perdas. Nos últimos cinco anos, o Norte do país foi a região que mais apresentou piora, com aumento de 3,90 pontos percentuais.
Gráfico 1 – Índice de Perdas na Distribuição de 2016 a 2020 por regiões
Ao longo do período analisado, é notável que não houve nenhuma evolução significativa nos indicadores de perdas sob a perspectiva regional. A única evolução sucinta que é possível observar se encontra na região Oeste, com redução de 0,81 ponto percentual nos indicadores de perdas na distribuição nos últimos cinco anos.
Além disso, nos indicadores de perdas no faturamento a região um avanço de 2,29 pontos percentuais. Como também reduziu mais de 20 L/ligação/dia no indicador de perdas por ligação – acesse o estudo completo: https://tratabrasil.org.br/images/estudos/Perdas_d%C3%A1gua/Relat%C3%B3rio_Completo.pdf.
É importante ressaltar que qualquer nível de perdas é preocupante, ou seja, a fim de cumprir com as metas estabelecidas no Marco Legal do Saneamento Básico, todas as regiões do Brasil precisam controlar e reduzir a perda de água potável. Ao todo são quase 35 milhões de brasileiros sem acesso a água potável, o aumento na eficiência da distribuição do recurso hídrico significaria atendimento à água para toda essa população.