A dengue foi a principal enfermidade observada entre as Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) nos estados da região Centro-Oeste
A região Centro-Oeste concentrou o quarto maior número de internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI), totalizando 43,5 mil casos, o que representa 12,6% do total nacional. Os estados com os maiores números de internações foram Goiás (21,5 mil casos) e o Distrito Federal (10,8 mil casos). A principal enfermidade registrada entre as DRSAI nesses estados foi a dengue, responsável por 15,5 mil das 21,5 mil internações em Goiás e 7,4 mil das 10,8 mil internações no Distrito Federal. Esses dados são de um estudo do Instituto Trata Brasil divulgado no mês de março.
A taxa de incidência deste tipo de doença na região Centro-Oeste foi a mais elevada do país, registrando 25,5 casos por dez mil habitantes em 2024. Entre os estados com maior incidência, destacam-se o Distrito Federal (36,2 casos por dez mil habitantes) e Goiás (29,2 casos por dez mil habitantes). Esse cenário foi fortemente influenciado pela alta incidência de doenças transmitidas por insetos vetores, que atingiram 16,4 casos por dez mil habitantes, superando as doenças de transmissão feco-oral, com 8,5 casos por dez mil habitantes.
Os gastos com internações por DRSAI na região somaram R$ 23,003 milhões, correspondendo a 13,2% do total nacional. Os maiores custos foram registrados em Goiás (R$ 10,866 milhões) e no Distrito Federal (R$ 7,089 milhões). O maior volume de despesas foi direcionado ao tratamento de doenças transmitidas por insetos vetores. O custo médio por internação na região foi de R$ 528,31.
É importante ressaltar que, em 2024, com o avanço explosivo da epidemia de dengue, o Brasil viveu um momento crítico na saúde pública. Entre os fatores que podem ajudar a prevenir a proliferação do mosquito transmissor, está o abastecimento por rede de água tratada, que reduz a necessidade de reservatórios domésticos improvisados, diminuindo os locais de reprodução do vetor. Além disso, as redes coletoras de esgoto afastam água parada e poluída das residências, contribuindo para a redução da proliferação em larga escala do mosquito.
Ainda no Centro-Oeste, quase 1,8 milhão de pessoas não têm acesso à água tratada, e mais de 6 milhões ainda não possuem coleta de esgoto. Além disso, apenas 59,3% do esgoto gerado na região é tratado, segundo dados do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS), ano-base 2022, disponíveis no Painel Saneamento Brasil.
A universalização dos serviços de saneamento básico impacta diretamente a saúde da população, reduzindo casos de doenças e prevenindo a proliferação do mosquito transmissor da dengue. Além dos benefícios à saúde, um ambiente mais seguro e salubre permite que os cidadãos desenvolvam melhor suas atividades laborais, impulsionando a qualidade de vida e o crescimento econômico da região.