O país deverá realizar grandes investimentos em busca de universalizar o acesso à água e o esgotamento sanitário para a população
Dados presentes no Painel Saneamento Brasil mostram que o país investiu R$ 2 bilhões a menos no setor de saneamento em 2020 – comparado com o valor do ano anterior. Essa diminuição do investimento torna-se ainda mais preocupante, quando analisado a situação precária que milhões de brasileiros vivem por conta da ausência dos serviços básicos. No ano de 2020, foram investidos aproximadamente R$ 13 bilhões em saneamento, enquanto em 2019 o investimento foi de R$ 15 bilhões.
No Brasil, são quase 35 milhões de habitantes sem acesso à água potável e aproximadamente 100 milhões de brasileiros não têm atendimento à coleta de esgoto – enquanto, apenas 50,8% do esgoto gerado é tratado. Além disso, o país desperdiça 40,1% nos sistemas de distribuição, isto é, esse volume perdido de água potável não chega de forma oficial nas residências.
Com as metas definidas a partir do Marco Legal do Saneamento, o país deve voltar os investimentos para alcançar a universalização dos serviços básicos até 2033. Segundo informações presentes no estudo inédito lançado pelo ITB, intitulado: “Avanços do Novo Marco Legal do Saneamento Básico no Brasil”, o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), no Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), mostrou uma necessidade de cerca de R$ 507 bilhões para se atingir a universalização até o período estabelecido.
Existe um longo caminho entre o atual patamar dos indicadores de atendimento e aqueles previstos no Novo Marco Legal do Saneamento Básico. Para atingir as metas do Marco Legal nos próximos 13 anos (período compreendido entre 2021 e 2033), será necessário uma média anual de investimento na ordem R$ 36,2 bilhões. Para fins de comparação, o investimento médio dos últimos cinco anos disponíveis no SNIS (2016-2020), a preços de dezembro de 2020, equivale a aproximadamente R$ 17,1 bilhões