A cidade de Contagem, em Minas Gerais, foi destaque no evento do Instituto Trata Brasil, “Casos de Sucesso – Avanços em Saneamento Básico 2015”.
Atualmente, o abastecimento de água chega para 87,5% da população. O município realiza coleta de esgoto de 81,67% dos habitantes e 67,07% do volume do esgoto gerado é tratado.
Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS), plataforma de indicadores do Ministério do Desenvolvimento Regional, mostram a seguinte série histórica do município:
Ano | Indicador de atendimento total de água (%) | Indicador de atendimento total de esgoto (%) | Indicador de Esgoto Tratado por água consumida (%) |
2014 | 99,66 | 99,66 | 61,96 |
2015 | 89,32 | 80,07 | 65,59 |
2016 | 88,92 | 80,68 | 64,61 |
2017 | 88,2 | 80,16 | 68,84 |
2018 | 87,95 | 81,61 | 72,71 |
2019 | 87,24 | 81,54 | 73,52 |
2020 | 87,59 | 81,67 | 73,52 |
O INSTITUTO TRATA BRASIL ENTREVISTOU A COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS, COPASA, RESPONSÁVEL PELOS SERVIÇOS NO MUNICÍPIO. LEIA NA ÍNTEGRA:
Que esforços você destacaria como fatores mais importantes na gestão do saneamento local e que fizeram com que se chegasse a esta posição tão boa?
A Copasa mantém planos diretores de água desde 1975, atualizados periodicamente, e por meio do acompanhamento e gestão desses planos os investimentos e ampliações necessárias são direcionados para manutenção e melhoria constante do sistema. Belo Horizonte e Contagem contam com um sistema de abastecimento de água integrado constituído de três principais sistemas produtores localizados em municípios da região metropolitana da capital. O sistema de distribuição é abrangente e possui uma ampla rede de adutoras que garante o atendimento de 100% das áreas formais dos dois municípios.
Para esclarecimento dos os índices de atendimento apresentados pelo SNIS, salientamos que os percentuais da população que não têm acesso a água e ao serviço de coleta de esgoto referem-se à população que não está ligada à infraestrutura dos sistemas da Copasa, que alcançam em 100% das áreas regulares habitadas dos municípios de Belo Horizonte e Contagem.
Em algumas ocupações e áreas não regularizadas pelo poder público não há infraestrutura implantada, resultando em um índice de 0,89% e 0,45% das populações dos municípios de Belo Horizonte e Contagem respectivamente, sem acesso regular aos serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto. Considerando a estimativa populacional dessas ocupações, o índice de cobertura dos sistemas de abastecimento de água em Belo Horizonte atinge 99,02% dos habitantes e para Contagem 99,55%.
Mesmo nas áreas onde a Copasa disponibiliza o abastecimento de água, há um grande número de clientes que não estão ligados às suas redes (ligações inativas), seja por solicitação própria ou desligamento involuntário e temporário devido a inadimplência. A partir desse número de ligações inativas é estimado o índice de atendimento do município, que em Belo Horizonte atinge 96,99% da população e 87,78% da população de Contagem.
Em relação ao sistema de esgotamento sanitário destacamos que as estações de tratamento de esgoto Onça e Arrudas têm capacidade de tratamento de 100% dos esgotos gerados nos municípios de Belo Horizonte e Contagem. Entretanto, o índice de cobertura é menor devido a topografia acidentada da Região Metropolitana, com áreas de difícil acesso para intervenção e implantação de infraestrutura, sendo necessário a utilização de soluções condominiais e muitas vezes intervenções na infraestrutura urbanística por parte do poder público.
Quais desafios e problemas vocês enfrentaram para a melhoria do saneamento básico da cidade? Como resolveram para chegar nos indicadores atuais?
O sistema de abastecimento para os municípios de Belo Horizonte e Contagem é integrado para grande parte da Região Metropolitana e complexo em sua operação e planejamento. Atualmente o principal desafio na prestação de serviços nos dois municípios tem sido a grande ocorrência de ocupações irregulares e alto número de fraudes no sistema, acarretando um índice de perdas elevado.
Quanto ao esgotamento sanitário, o desafio está relacionado a topografia acidentada com áreas de difícil acesso para intervenção e implantação de infraestrutura, exigindo utilização de soluções alternativas, como por exemplo sistemas condominiais.
Os indicadores atuais são fruto do acompanhamento do plano diretor que norteia o planejamento dos investimentos de curto, médio e longo prazo.
Investimentos sem uma boa gestão não trazem resultados. E o oposto? É possível ter sucesso com pouco recurso financeiro?
O sucesso ocorre a partir de uma aplicação eficiente dos recursos financeiros na justa medida em que os desafios se apresentam. Para alcançar este objetivo é essencial um acompanhamento efetivo e uma boa gestão dos processos e necessidades da Companhia.
Que conselhos vocês dariam aos gestores e empresas operadoras de outras cidades para que consigam melhorar os indicadores de saneamento?
A busca da eficiência juntamente com a excelência na prestação dos serviços são metas que devem ser perseguidas com afinco e persistência. Planejamento e acompanhamento das ações são etapas que devem ser valorizadas para efetivo sucesso.