Embaixador do Trata Brasil, o engenheiro e oceanógrafo lidera projeto voltado para informar o cidadão sobre os mares e oceanos
Celebrado no dia 12 de outubro, o Dia Nacional do Mar é uma data criada pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, que entrou em vigor em 16 de novembro de 1994. Com intuito de colocar em pauta medidas de proteção aos mares e oceanos, a iniciativa vem sendo ratificada por vários países. No Brasil, convencionou-se celebrá-la em 12 de outubro.
Para discutir a importância da conservação dos mares e oceanos, o Instituto Trata Brasil realizou uma entrevista exclusiva com David Zee. Parte do grupo de embaixadores do Trata Brasil, David Zee é engenheiro e oceanógrafo, como também é professor da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. Confira a entrevista na íntegra:
1 – Dia 12 de outubro é celebrado o Dia Nacional do Mar, uma data que visa salientar a proteção desse corpo hídrico. Sendo assim, como você avalia a importância dessa data para o país?
As pessoas que têm mais convivência nas cidades já conseguiram perceber que os rios na época da nossa infância eram mais limpos e pouco a pouco eles foram sendo contaminados por uso inadequado. Hoje em dia, todos os rios urbanos sem exceção estão completamente poluídos, o mesmo pode acontecer com os oceanos – o oceano é uma extensão do rio e das cidades costeiras. Se não tomarmos cuidado com as nossas praias, nossas baías, estuários e lagunas, mais cedo ou mais tarde eles também estarão poluídos, talvez até mais do que os rios, tendo em vista a falta de cuidado e atenção. Então não podemos repetir nos oceanos o que estamos presenciando nos rios urbanos ao longo de todo território brasileiro.
2 – Você lidera um projeto chamado Olhar Oceanográfico. Conte um pouco sobre o intuito deste projeto.
Nós do Olhar Oceanográfico acreditamos que a melhor solução na luta contra a poluição e contaminação das águas, rios e oceanos parte do próprio gerador do problema: o ser humano. Acreditamos que é preciso induzir, convencer, esclarecer e conscientizar as pessoas de que elas são a principal solução para este desafio. Sendo assim, o nosso objetivo é informar a sociedade mostrando como efetivamente participar nesta luta. Nos dias atuais, é possível perceber que a sociedade está ávida por soluções e não se exime da responsabilidade de participar, em que ela reclama, mas também precisa de orientação para saber como pode agir da melhor maneira possível e esse é o grande intuito do Olhar Oceanográfico.
3- Na sua visão, quais devem ser as ações realizadas pelo país e também pela população para a proteção dos mares e oceanos?
Acredito que o principal instrumento é a ação política na criação de medidas para preservação. A opinião pública é essencial para a construção dessas ações e para que exista a opinião pública sobre o assunto é fundamental o acesso a informações e orientações que podemos fornecer para a sociedade. A partir desse conhecimento, com certeza, a população vai pensar, refletir e assim tomar a melhor decisão que vai orientar a vontade política.
4 – Gostaria de acrescentar algo?
O Instituto Trata Brasil realiza um trabalho de enorme importância em oferecer à sociedade informações para instrumentalizá-la e também estimular o poder público, visando novas e inovadoras políticas públicas para fazer diferente de tudo que está sendo feito até hoje, porque certamente ao fazer diferente, nós precisamos melhorar e ter mais eficácia dos resultados. Através das informações e do movimento do Trata Brasil, nós podemos efetivamente estimular e criar uma opinião pública coesa, esclarecida e lúdica, de forma que também oriente a ação política.
