No Brasil, cerca de 5,52 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas todos os dias na natureza.
As atividades de turismo têm potencial que depende diretamente do acesso pleno do saneamento. Uma vez que determinada região apresenta precariedade dos serviços básicos, a deterioração ambiental dessas localidades afasta os turistas, impactando negativamente a economia local. Uma das maiores dificuldades do país está nos serviços de esgotamento sanitário, no qual, quase 100 milhões de brasileiros não são atendidos com coleta de esgoto e somente 51,2% dos esgotos gerados no país são tratados – o que equivale ao despejo médio de 5,52 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento todos os dias na natureza.
Se o turismo é uma das atividades econômicas prejudicadas com a ausência de esgotamento sanitário e falta de água tratada, por outro lado, a universalização do saneamento permitiria a revalorização das áreas, a proteção do meio ambiente e propicia o aumento das atividades de turismo.
Para mostrar os ganhos com o crescimento do turismo informações presentes no estudo “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento Brasileiro 2022” realizado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a EX ANTE Consultoria, mostram que o valor dos ganhos no turismo com a universalização do saneamento atingirá aproximadamente R$ 80 bilhões no país, entre 2021 a 2040. Ou seja, isso significará uma renda maior para os trabalhadores do setor, maiores lucros para as empresas e impostos também maiores para os governos, principalmente para os municípios que recebem impostos sobre os serviços e as atividades de turismo. Além de que a despoluição dos mananciais, rios, córregos e lagos da região, resultaria em ganhos ambientais inestimáveis.
Ademais, o setor do turismo é uma importante atividade econômica que emprega milhares de trabalhadores. De acordo com dados do IBGE 2021, disponíveis no Painel Saneamento Brasil, a parcela do total de empregados do setor privado que trabalha no setor de turismo é 4,1%. Entre as pessoas que trabalham na área, a falta dos serviços básicos influencia até mesmo na remuneração desses trabalhadores. Isto é, o rendimento médio dos empregados em turismo que moram em residências com saneamento básico é de R$ 1.785,25, enquanto a renda do trabalho no turismo para quem não têm acesso os serviços de água e esgotamento sanitário é de apenas R$ 620,32 – uma diferença de 1.164,93 reais, quase o triplo da renda.