A cidade de Montes Claros, em Minas Gerais, foi destaque no evento do Instituto Trata Brasil, “Avanços em Saneamento Básico 2015”.
Atualmente a cidade abastece 83,7% da população. O município realiza coleta de esgoto de 84,9% dos habitantes e 80,1% do volume do esgoto gerado é tratado.
Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento Básico (SNIS), plataforma de indicadores do Ministério do Desenvolvimento Regional, mostram a seguinte série histórica do município:
Ano | Indicador de atendimento total de água (%) | Indicador de atendimento total de esgoto (%) | Indicador de Esgoto Tratado por água consumida (%) |
2014 | 95,2 | 95,2 | 73,7 |
2015 | 84,2 | 82,9 | 71,9 |
2016 | 83,5 | 82,7 | 77,7 |
2017 | 83,2 | 82,4 | 69 |
2018 | 82,9 | 83,4 | 79,3 |
2019 | 82,7 | 84 | 80 |
2020 | 83,7 | 84,9 | 80,1 |
O INSTITUTO TRATA BRASIL ENTREVISTOU COMPANHIA DE SANEAMENTO DE MINAS GERAIS, COPASA, RESPONSÁVEL PELOS SERVIÇOS NO MUNICÍPIO. LEIA NA ÍNTEGRA:
Que esforços você destacaria como fatores mais importantes na gestão do saneamento local e que fizeram com que se chegasse a esta posição tão boa?
A Copasa tem buscado concentrar sua atuação na prestação dos serviços com foco na geração de valor aos nossos usuários. Esse propósito move nossa gestão para que busque a evolução constante, o que passa pelo domínio da informação em tempo real com incorporação de tecnologias informacionais, o tratamento em tempo hábil, e o aprendizado constante com as práticas e com as oportunidades de melhoria. Em paralelo, a companhia tem aprofundado a diretriz fundamental do comportamento ético em toda a sua atuação.
Quais desafios e problemas vocês enfrentaram para a melhoria do saneamento básico da cidade? Como resolveram para chegar nos indicadores atuais?
Os grandes desafios de Montes Claros foram a escassez hídrica no abastecimento e a ausência de infraestrutura no esgotamento sanitário. A solução desses problemas veio com os grandes investimentos de expansão realizados pela Copasa. A implantação do Sistema Pacuí em 2018 colocou fim no racionamento e, agora, as obras do Sistema São Francisco permitirão que a cidade seja abastecida por décadas, garantindo seu desenvolvimento. Quanto ao esgotamento, foram implantados centenas de quilômetros de redes coletoras e interceptores sanitários, além da estação de tratamento de esgotos que permitiram sanear a cidade.
Investimentos sem uma boa gestão não trazem resultados. E o oposto? É possível ter sucesso com pouco recurso financeiro?
A boa gestão da operação dos sistemas conduz à diminuição da necessidade de recursos para o custeio das atividades. Contudo, dificilmente, a escassez de recursos permitirá que os serviços prestados se desenvolvam para atender demandas presentes e futuras. No caso de Montes Claros, em especial, que cresce em ritmo acelerado, o investimento contínuo é essencial para fazer frente às novas necessidades.
Que conselhos vocês dariam aos gestores e empresas operadoras de outras cidades para que consigam melhorar os indicadores de saneamento?
Importante destacar que são os municípios que detêm a titularidade dos serviços de saneamento, portanto, vemos que o sucesso da gestão dos indicadores e do alcance de resultados passa necessariamente pelo aprimoramento da relação entre prestadora de serviços e municípios. Essa parceria permitirá o alongamento das concessões, o que viabiliza planejar investimentos de curto, médio e longo prazos.