Para a infraestrutura de saneamento, crescimento populacional e aumento no número de domicílios resultam na necessidade de maiores investimentos no setor
Divulgado no final do mês de junho, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os primeiros dados do Censo Demográfico 2022. Com intuito de fornecer um diagnóstico sobre a população brasileira, a pesquisa calcula informações sobre os habitantes do território nacional para entender como vivem os brasileiros e quais são as necessidades para desenvolvimento da sociedade. Costumeiramente, o Censo acontece a cada 10 anos, mas em 2020 não foi realizado por conta da Pandemia e, nem no ano de 2021 devido a cortes de gastos.
Segundo os novos dados do Censo, a população brasileira chegou a 203,1 milhões em 2022, apresentando um aumento de 6,5% em relação ao Censo Demográfico realizado em 2010 – essa porcentagem representa um crescimento de 12,3 milhões de habitantes no período. Região mais populosa do país, o Sudeste atingiu 84,8 milhões de habitantes, o que representa cerca de 41,8% da população brasileira. Já o Nordeste, apresenta uma população de 54,6 milhões de pessoas, representando 26,9% dos habitantes do país. Entretanto, as duas regiões com o maior número de habitantes foram as que tiveram a menor taxa de crescimento anual desde o Censo 2010. Ou seja, a população do Nordeste registrou uma taxa de crescimento anual de 0,24%, enquanto a do Sudeste foi de 0,45%.
Por sua vez, o Norte do país é a segunda região com o menor número de habitantes, representando cerca de 8,5% da população (17,3 milhões de cidadãos). A região Norte apresentou a segunda maior taxa de crescimento anual (0,75%), ficando apenas atrás do Centro-Oeste.
A Região menos populosa do país, o Centro-Oeste abriga 16,3 milhões de habitantes, entretanto desde o Censo de 2010, a taxa de crescimento foi de 1,23%, a maior analisada no período. Em relação à região Sul, que representa 14,7% dos habitantes do país, foi visto um aumento populacional de 9,3%, chegando a 29,9 milhões de moradores.
Números apresentados no Censo também apontam um significativo aumento no número de domicílios. Nos últimos 12 anos, houve um crescimento de 34% nos domicílios do país, totalizando 90,7 milhões de unidades domiciliares. Analisando a partir da infraestrutura do saneamento, esse crescimento indica que será importante a realização de um planejamento de operação nos municípios, uma vez que a rede de saneamento é conectada aos domicílios. Mesmo a população crescendo menos que o esperado, o número de domicílios cresceu substancialmente.
A partir dos dados apresentados na pesquisa, o conhecimento sobre a sociedade é essencial para entender as ações necessárias, visando construir um futuro mais justo para toda a população. Sendo assim, o saneamento básico deve estar presente na agenda pública para que haja a realização de investimentos, tanto do governo quanto da iniciativa privada. O crescimento populacional resulta na necessidade de maiores esforços para que os serviços básicos cheguem a todas as residências brasileiras. Com as metas estabelecidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento, todas as localidades do país deverão levar água potável para 99% da população e atender 90% dos habitantes com coleta e tratamento de esgoto até 2033.