Estudo do Instituto Trata Brasil analisa as principais variáveis que influenciam as diferentes tendências de crescimento do consumo
Você já pensou no que influencia o quanto de água usamos no dia a dia? Para entender isso, um estudo do Instituto Trata Brasil, divulgado na última terça-feira (28), apresentou projeções para a demanda de água nas moradias brasileiras até 2050. O estudo também buscou identificar as variáveis que moldam as tendências de consumo.
- Urbanização e diferenças regionais
O Brasil é o quinto maior país do mundo, com uma área de mais de 8 milhões de quilômetros quadrados e mais de 200 milhões de habitantes (IBGE, 2023). Com tanta diversidade, é natural que o consumo varie de uma região para outra.
De acordo com os modelos estatísticos do estudo, quanto maior o grau de urbanização de uma cidade, maior o consumo diário per capita de água. A cada aumento de um ponto percentual na população urbana do município, espera-se um crescimento de 0,96% no consumo de água.
- Tarefa, temperatura, preço e umidade são outros fatores que influenciam
Outros aspectos que afetam o consumo de água são a tarifa e a temperatura. O estudo mostrou que variações no preço da água geram pequenas variações na demanda. É um comportamento característico de serviços com preços regulados.
Além disso, a temperatura máxima das cidades também é um fator relevante para o consumo: quanto mais quente, maior o consumo per capita diário. Para cada grau Celsius adicional, a demanda por água cresce 24,9%.
A umidade relativa do ar interfere no consumo per capita do recurso hídrico : quanto maior a umidade relativa do ambiente, maior o consumo. Na média das cidades brasileiras, a cada aumento de um ponto percentual na umidade relativa do ar, o consumo per capita de água cresce 3,6%.
- E a chuva, como impacta o consumo?
O número de dias de chuva também impacta na oferta e no consumo. Cidades com chuvas mais frequentes têm maior oferta de água. O estudo calculou que, em média, nas cidades brasileiras, a cada dia adicional de chuva no mês, o consumo por pessoa aumenta em 17,4%.
Essa relação ajuda a entender por que municípios em áreas de clima tropical, com temperaturas elevadas ou próximas ao litoral, costumam ter uma oferta de água maior. Por outro lado, regiões como o semiárido brasileiro, que também enfrentam altas temperaturas, sofrem com a falta de chuvas. Essa escassez restringe a disponibilidade do recurso hídrico em áreas de cerrado e caatinga, afetando o consumo das comunidades locais.
Compreender esses fatores é importante para planejar e implementar soluções para o futuro. O estudo do Instituto Trata Brasil analisa que são grandes os desafios para o pleno abastecimento de água até 2050. O aumento esperado da demanda, se não acompanhado de redução de perdas, e considerando os efeitos das mudanças climáticas, elevará o risco de desabastecimento e pressionará os recursos hídricos, exigindo maior captação.




