São João de Meriti (RJ) e Porto Velho (RO) não apresentam volume algum de esgoto tratado
A 15ª edição do Ranking do Saneamento, com foco nas 100 maiores cidades brasileiras em número de habitantes, aponta que o tratamento de esgoto é um dos maiores desafios a serem superados pelo país. Segundo dados presentes no relatório, 73 municípios tratam menos de 80% dos esgotos gerados, estando distantes da meta estabelecida pelo Marco Legal Saneamento, isto é, levar o serviço de coleta e tratamento de esgoto para 90% das residências e do volume de esgoto gerado.
O indicador médio de tratamento de esgoto dos 100 maiores municípios foi de 63,30%, em oposição aos 64,09% obtidos em 2020, que representa um retrocesso no serviço – a média nacional é de 51,2%. Apenas sete municípios apresentaram valor máximo (100%) de tratamento de esgoto e outros 20 municípios têm indicadores superiores a 80%, próximos da universalização sugerida pela legislação.
Tabela 1 – Casos positivos e negativos do indicador de tratamento de esgoto
Entre os destaques positivos figuram alguns municípios do Sul e do Sudeste, como, por exemplo: Piracicaba (SP), Maringá (PR), Cascavel (PR), Niterói (RJ) e Jundiaí (SP). Na contramão da universalização dos serviços, São João de Meriti e Porto Velho sequer tratam volume algum dos esgotos gerados e outros três municípios do Pará apresentaram desempenho negativo no indicador. No geral, no Ranking consta que são 15 os municípios que tratam 20% ou menos de seu esgoto e apenas 27 os municípios tratam mais de 80% do esgoto que produzem.
“Nesta edição do Ranking, além da necessidade de os municípios alcançarem o acesso pleno do acesso à água potável e atendimento de coleta de esgoto, o tratamento dos esgotos é o indicador que está mais distante da universalização nas cidades, mostrando-se o principal gargalo a ser superado. Imagine o volume de 5,5 mil piscinas olímpicas. Essa é a carga poluente de esgoto não tratado no Brasil despejado irregularmente nos rios, mares e lagos todos os dias (quase 2 milhões de piscinas olímpicas por ano), que corrobora para a degradação do meio ambiente e, principalmente, impacta negativamente a saúde da população” – comenta Luana Siewert Pretto, Presidente-Executiva do Instituto Trata Brasil.