Palco da COP-30, o estado da região Norte apresenta indicadores precários de saneamento básico
O estado do Pará, com uma população de mais de 8 milhões de habitantes, enfrenta desafios significativos em relação ao saneamento básico. Atualmente, quase 4 milhões de pessoas não têm acesso à água potável e mais de 7 milhões vivem sem coleta de esgoto. Esse cenário afeta diretamente a saúde pública, impactando o bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos paraenses.
De acordo com o estudo “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento no Pará”, realizado pelo Instituto Trata Brasil, entre 2023 e 2040, a melhora das condições sanitárias poderá gerar uma economia significativa em custos de saúde. O estudo estima que a economia total, devido à melhoria na saúde pública, pode alcançar R$ 1,5 bilhão nesse período, resultando em um ganho anual de cerca de R$ 81,5 milhões.
Essa economia seria resultado principalmente da redução nos custos associados a doenças relacionadas à falta de saneamento, como diarreia, vômito, e infecções respiratórias. A partir do saneamento adequado, o risco dessas enfermidades é significativamente reduzido.
Com a redução de internações por essas doenças, as pessoas podem aproveitar uma melhor qualidade de vida, com mais oportunidades de lazer e convívio social. Crianças saudáveis têm um melhor desempenho escolar, o que contribui para sua futura inserção no mercado de trabalho. Áreas com infraestrutura de saneamento são mais valorizadas, beneficiando os proprietários de imóveis.
Luana Pretto, Presidente Executiva do Trata Brasil, destaca a urgência da universalização do saneamento para o estado palco da COP-30. “Atualmente a precariedade de saneamento é uma realidade no Pará. São milhões de habitantes que têm sua saúde prejudicada pela falta de água tratada e esgotamento sanitário, algo que geralmente afeta ainda mais crianças e idosos. O acesso pleno à água tratada e a coleta e tratamento dos esgotos pode mudar o futuro das próximas gerações de paraenses”.