Capital de Pernambuco, Recife pouco avançou nos serviços de coleta e tratamento de esgoto nos últimos anos
Nesta terça-feira, 12 de março, Recife comemora 487 anos de fundação. Situada na região Nordeste, a capital pernambucana abriga mais de 1,4 milhão de habitantes, sendo a nona cidade mais populosa do país.
De acordo com dados do Sistema Nacional de Saneamento Básico (SNIS), ano-base 2022, o panorama de saneamento aponta que 98,7% da população recifense tem acesso à água potável e 49,5% é atendida com coleta de esgoto, enquanto 75,3% do esgoto é tratado. Ademais, cerca de 60,1% da água potável é perdida nos sistemas de distribuição, ou seja, todo esse volume não chega de forma oficial às residências do município.
Tabela 1 – Indicadores de saneamento básico em Recife em 2021 e 2022
Fonte: SNIS
Ainda com desafios para cumprir com as metas de universalização do saneamento, isto é, atender 99% dos habitantes com água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto até 2033, Recife tem gargalos a serem superados, principalmente, nos serviços de coleta e tratamento de esgoto.
A tabela acima mostra que, apesar de ter ampliado em 4,5 p.p o índice de coleta de esgoto, menos da metade da população recifense recebe esse serviço. Em relação ao tratamento de esgoto, houve uma evolução de 0,2 p.p, deixando a cidade distante do necessário para a universalização.
Ademais, a capital de Pernambuco apresentou uma piora considerável no índice de perdas de água, aumentando o nível de desperdício do recurso hídrico em 9,3 pontos percentuais. A cidade perde 60,1%, número acima da média nacional de 37,8% e muito distante da meta estabelecida para 2034 pela Portaria 490/2021 do MDR, que estabelece que os padrões de excelência em perdas na distribuição é de, no máximo, 25%.
Universalizar o saneamento é sinônimo de desenvolvimento socioeconômico e bem-estar para uma localidade. Além de ganhos em saúde, o acesso pleno pode influenciar positivamente na educação, na produtividade do trabalhador, no turismo e também na valorização imobiliária. Para isso, é necessário que Recife fomente ainda mais investimento no setor e tenha políticas públicas cada vez mais voltadas para ampliar o saneamento aos habitantes.
Para mensurar os ganhos a partir do acesso digno aos serviços básicos, um estudo divulgado pelo Instituto Trata Brasil intitulado “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento em Pernambuco” aponta que com a universalização do saneamento até 2040, Pernambuco teria ganhos líquidos, ou seja, já descontados os investimentos necessários, de R$ 18,0 bilhões.