Dia 13 de abril, os mais de 2,6 milhões de fortalezenses celebram os 296 anos da cidade. A capital cearense tem grande importância turística e é a quinta cidade mais populosa do Brasil. Mesmo diante de sua importância, o município ainda enfrenta desafios quando se trata de saneamento básico.
No último Ranking do Saneamento lançado em março pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com GO Associados, com o foco nos 100 maiores municípios brasileiros, Fortaleza aparece na 76ª posição.
O relatório faz uma análise dos indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano de 2020, publicado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional. Desde 2009, o Instituto Trata Brasil monitora os indicadores dos cem maiores municípios brasileiros com base em população, com o objetivo de dar luz a um problema histórico vivido no país. A ausência de acesso à água tratada atinge quase 35 milhões de pessoas e 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto, refletindo em centenas de pessoas hospitalizadas por doenças de veiculação hídrica. Os dados do SNIS apontam que o país ainda tem uma dificuldade com o tratamento do esgoto, do qual somente 50% do volume gerado são tratados – isto é, mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento são despejadas na natureza diariamente.
A capital cearense tem 77,3% da população atendida por água, e apenas 55,3% da população com coleta de esgoto, ou seja, quase metade da população não tem acesso a esse serviço; 59,2% do volume de esgoto coletado é tratado. O índice de perdas na distribuição é de 38,6%, valor ligeiramente abaixo da média nacional de 40,1%, porém, ainda é elevado, pois essa água é perdida antes de chegar na casa das pessoas.
No Ranking também foi feita uma avaliação sobre o investimento médio anual por habitante. O patamar nacional médio de investimentos anuais por habitante para a universalização, de acordo com dados do Plansab, é de aproximadamente R$ 113,30 per capita. Neste sentido, Cuiabá (MT) foi a capital que, em média, mais investiu, com R$ 213,33 por habitante. A segunda capital que mais investiu em termos per capita foi São Paulo (SP) com R$ 180,97 por habitante, seguida de Natal (RN) com R$ 141,21 por habitante. A média das capitais foi de R$ 91,03 por habitante, valor quase 20% menor do que o estabelecido pelo Plansab. A capital cearense teve investimento médio anual de R$ 55,21 por habitante, valor abaixo da média entre as capitais e menos da metade do ideal para se alcançar a universalização.
Os dados mostram que Fortaleza ainda tem um longo caminho até a universalização dos serviços de saneamento básico até 2033 conforme determinado pelo Novo Marco Legal do Saneamento, garantindo que 99% da população brasileira tenha acesso à água potável e 90%, ao tratamento e à coleta de esgoto.
*Imagem de capa – Foto: Ares Soares