Dados do IBGE 2015 apontam que apenas 30% da população que viviam em zonas rurais tem acesso ao atendimento a coleta e tratamento de esgoto.

Neste dia 25 de maio, é  comemorado o Dia do Trabalhador Rural. Instituída em 1964, a data busca valorizar todas as pessoas que exercem e vivem do trabalho em zonas rurais. Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), os trabalhadores do campo representam 11,7% de toda a mão de obra do país.

O acesso à água de qualidade é um elemento fundamental para que esses trabalhadores realizem suas atividades diárias. Infelizmente no país, em todo território (urbano e rural), aproximadamente 35 milhões de brasileiros não tem acesso à água potável. Não obstante, quase 100 milhões de habitantes não têm atendimento à coleta de esgoto e apenas 50,8% dos esgotos produzidos são tratados, ou seja, são mais de 5,3 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento despejadas na natureza diariamente.

Nas áreas rurais os serviços de saneamento básico apresentam ainda mais desafios, na maioria dos casos, não temos ao menos informações dos indicadores de saneamento dessas localidades. Para se ter uma ideia, os últimos indicadores levantados datam de 2015, do IBGE, dos quais nos mostram que a coleta e tratamento de esgoto em áreas rurais chegavam para menos de 30% da população.

Devido ao isolamento da área rural em relação as regiões urbanas, diversos fatores corroboram para a não chegada dos serviços básicos para esses habitantes, como por exemplo, necessidade de soluções diferenciadas e individualizadas, falta de financiamentos específicos, entre outras.

Em 2021, o Instituto Trata Brasil realizou o projeto “Mogi+Água” que teve como objetivo oferecer uma solução de saneamento para os agricultores, produtores e para a comunidade do município de Mogi das Cruzes – Confira mais informações do projeto em: https://tratabrasil.org.br/pt/projetos-sociais/saneamento-rural/projeto-mogi-agua.

A falta de serviços de saneamento básico nessa zona rural agrava a poluição dos corpos hídricos da região, que tem como principal a atividade econômica a agricultura e pecuária. Com o desenvolvimento do projeto na região ao longo de três anos, ocorreram benefícios para a proteção ambiental e a manutenção das nascentes, preservando os recursos hídricos para uso da população. Um dos produtores que vive na região ressaltou a importância do projeto para Mogi que sofre com serviços precários de saneamento básico. “Nós, agricultores, nos preocupamos muito com a qualidade da água para irrigação e consumo, acredito que a necessidade do tratamento de esgoto seja para todos”, disse o produtor.

Apesar da dificuldade dessas áreas em serem atendidas com acesso à água e esgotamento sanitário, o Marco Legal do Saneamento prevê que todas as localidades, sejam urbanas ou rurais, façam parte das metas que visam a universalização do saneamento até 2033. O município e a prestadora dos serviços local têm a responsabilidade de atender essas áreas, a fim de fornecer condições plenas para os trabalhadores rurais.