Enquanto se prepara para sediar a COP-30, a capital paraense e diversos municípios enfrentam a realidade do saneamento precário
A cidade de Belém, localizada no coração da Amazônia, será o palco da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP-30, que será conduzida em novembro de 2025, um dos eventos mais importantes do mundo para discutir e buscar soluções para as questões ambientais e climáticas.
A COP-30 reunirá líderes, especialistas e ativistas de todo o globo, com um objetivo em comum: construir um futuro sustentável para as próximas gerações. Enquanto o mundo volta seus olhos para essa metrópole amazônica, é fundamental reconhecer, contudo, a realidade enfrentada por seus habitantes em relação à falta de acesso a serviços de saneamento adequados.
Segundo informações presentes no Painel Saneamento Brasil, em Belém, a população com acesso à água potável corresponde a 76,8%, enquanto apenas 22,5% dos habitantes são atendidos com coleta de esgoto. Não obstante, a cidade apresenta precariedade no tratamento dos esgotos com somente 3,6% do esgoto gerado tratado. Essa situação compromete a qualidade de vida das pessoas e impacta negativamente o meio ambiente.
Para além da capital do Pará, a região Norte apresenta a maior precariedade nos serviços básicos do país e têm grandes desafios a serem superados. Dados disponíveis no Painel Saneamento Brasil mostram que, cerca de 60% da população que vive na região é abastecida com água potável e somente 14,0% dos habitantes são atendidos com coleta de esgoto – enquanto, apenas 20,6% do esgoto produzido é tratado.
A falta de saneamento básico traz consequências diretas para a saúde pública, como deteriora a natureza e influencia a sustentabilidade da cidade. Doenças relacionadas à falta de acesso saneamento são comuns em comunidades carentes, especialmente as localizadas em áreas periféricas. Além disso, a contaminação de rios e igarapés devido ao descarte inadequado de resíduos agrava os impactos ambientais.
Dentre outras questões, a COP-30 deve trazer à tona a urgência de discutir soluções para os desafios do saneamento precário. Nesse caso, Belém se torna um exemplo concreto das disparidades existentes e da necessidade de investimentos na infraestrutura, visando garantir acesso básico aos serviços e promover uma qualidade de vida melhor para todos os moradores.
Sendo assim, a COP-30 que será realizada no Brasil, no coração da Amazônia, representa uma oportunidade única para reunir líderes globais, especialistas e organizações para debater e encontrar soluções inovadoras que possam ir de encontro aos desafios que o mundo comunga, mas também para jogar luz e dar vazão às demandas internas do país, como no caso do acesso à infraestrutura de saneamento básico. . É essencial, inclusive, que as discussões sobre mudanças climáticas e sustentabilidade também abordem a importância do saneamento básico como parte integrante da agenda global. Somente com investimentos, políticas públicas e compromissos concretos será possível superar os desafios e garantir um futuro mais justo e saudável para todos.