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>Com piora ano após ano no indicador, 40,3% da água potável é perdida antes de chegar nas residências do país

Índice de perdas na distribuição apresenta piora de 3,3 pontos percentuais, enquanto milhões de brasileiros ainda não têm acesso ao recurso hídrico

Fundamental para vida de todo cidadão, mais de 33 milhões de brasileiros ainda  vivem sem abastecimento de água potável. Para agravar a situação, o Brasil desperdiça 40,3% do recurso hídrico produzido nos sistemas de distribuição, isto é, todo esse volume não chega de forma oficial nas residências do país. A redução do volume de perdas resultaria na possibilidade de abastecimento aos habitantes que não têm o atendimento de água.

Tabela 1 – SÉRIE HISTÓRICA ÍNDICE DE PERDAS NA DISTRIBUIÇÃO – BRASIL  

Índice de Perdas na Distribuição
2012201320142015201620172018201920202021
37%37%36,70%36,7%38,1%38,3%38,5%39,2%40,1%40,3%

Fonte: Painel Saneamento Brasil

Ao longo dos anos é possível observar que houve uma piora significativa no indicador de perdas nas distribuição. Informações presentes no Painel Saneamento Brasil apontam que, entre 2012 e 2021, o índice aumentou em 3,3 pontos percentuais, indicando que a eficiência de perdas não figura entre as prioridades na agenda de saneamento dos municípios brasileiros. Como meta estabelecida pela Portaria 490/2021 do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), o país precisará alcançar 25% de perdas na distribuição até 2034.

A universalização do saneamento básico, principalmente no que diz respeito ao atendimento pleno de água potável para a população, é diretamente impactada pela ineficiência do controle de perdas.  Isso porque as perdas sinalizam que parte da água produzida não está chegando ao destino final. Assim, os investimentos em infraestrutura podem se tornar maiores para fazer com que a água chegue às pessoas como, por exemplo, pela construção de equipamentos que não precisam estar sendo construídos caso houvesse gestão adequada das perdas. Sem contar no consumo energético e de produtos químicos e, ainda, no esforço de trabalho perdido para produzir uma água que não chega às pessoas.

Como caminho para a solução, o tema deve ser priorizado na agenda pública e também entre os operadores de saneamento do país. Além disso, é essencial expandir o investimento na infraestrutura e fomentar projetos que visem agilidade na identificação e conserto de vazamentos.