O indicador médio de tratamento de esgoto dos 100 maiores municípios foi de 65,11%
O tratamento de esgoto é um dos maiores desafios entre os serviços de saneamento para a universalização. Segundo o Ranking do Saneamento 2025, somente oito municípios apresentaram o valor máximo (100%) de tratamento e outros 21 municípios registram valores superiores a 80%, podendo ser considerados universalizados nesse quesito. É importante destacar que a nota máxima de universalização é conferida apenas àqueles municípios que também alcançam a meta de 90% de coleta de esgoto, conforme as metas do Novo Marco Legal do Saneamento Básico.
O indicador médio de tratamento de esgoto dos 100 maiores municípios foi de 65,11%, representando uma queda em relação aos 65,55% observados em 2022. Segundo o SINISA (2023), a média nacional para o tratamento foi de 51,8%. Embora o índice dos maiores municípios seja superior à média nacional, ambos os patamares permanecem aquém do necessário, evidenciando a necessidade de maiores investimentos para a melhoria do serviço.
Ainda de acordo com o Ranking, há 27 municípios que tratam menos de 40% de seu esgoto. Além disso, apenas 29 municípios, menos de um terço da amostra, tratam ao menos 80% do que produzem. Assim, dentre os indicadores de nível de atendimento, como o acesso à água e de coleta de esgoto, é o indicador de tratamento que está mais longe da universalização nos 100 maiores municípios do país.
A ausência de saneamento, principalmente da coleta e tratamento dos esgotos, provoca maior incidência de doenças como diarreia, esquistossomose, leptospirose, febre amarela e hepatite A, além de outras enfermidades de veiculação hídrica. Segundo estudo do Trata Brasil, em 2024, o país registrou 344,4 mil internações por Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI), demonstrando o impacto direto da falta de saneamento na saúde pública e nos custos do sistema de saúde.