Dados disponíveis no Painel Saneamento Brasil apontam que o Nordeste apresentou maior número de hospitalizações
No país, aproximadamente 35 milhões de habitantes não têm acesso à água potável e quase 100 milhões sofrem com a ausência de coleta de esgoto – enquanto apenas 51,2% dos esgotos do país são tratados, isto é, são mais de 5.522 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento despejadas na natureza diariamente. A falta dos serviços básicos impacta diretamente na vida de milhares de brasileiros, principalmente na saúde dessas pessoas.
Segundo dados disponíveis pelo DATASUS 2021, já atualizados no Painel Saneamento, houve quase 130 mil hospitalizações em decorrência de doenças de veiculação hídrica. A incidência foi de 6,04 casos por 10 mil habitantes, o que gerou gastos ao país de cerca de R$ 55 milhões.
Tabela 1 – Indicadores de saneamento e saúde nas regiões brasileiras em 2021
De acordo com a tabela acima é possível observar que entre as cinco regiões brasileiras, o Nordeste apresenta maior número de internações por doenças associadas à falta de saneamento, ou seja, mais de 59 mil hospitalizações. Consequentemente, a região foi a que mais teve despesas com internações por enfermidades de veiculação hídrica, totalizando gastos na ordem de R$ 23 milhões de reais. Em seguida, o Sudeste do país teve cerca de 21 mil internações por esses motivos. Entretanto, analisando proporcionalmente, quando comparados os casos por 10 mil habitantes, vê-se que além do Nordeste, os estados do Norte também concentram os maiores problemas.
Para a área da saúde, a universalização do saneamento básico resultaria em benefícios significativos, deixando um legado para que os jovens possam se desenvolver de forma saudável, resultando até mesmo em ganhos na economia do país. Segundo o estudo do Trata Brasil divulgado no final do ano passado, intitulado “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento Brasileiro 2022”, estima-se que entre 2021 e 2040, o valor presente da economia total com a melhoria das condições de saúde da população brasileira seja de R$ 25,1 bilhões, o que resultaria num ganho anual de R$ 1,25 bilhão.
