Análise inédita feita no relatório aponta que as cidades pioraram em três índices de perdas de água.
Na 15ª edição do Ranking do Saneamento, estudo lançado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, foi feita uma análise inédita, intitulada de ‘Elevador do Ranking’, que destaca os municípios que variaram mais de dez posições, de forma positiva ou negativa, em relação ao Ranking de 2022. É importante ressaltar que os indicadores do SNIS buscam estabelecer um paralelo entre os dados disponíveis e a realidade observável de cada município, em particular em termos de infraestrutura de saneamento. Entre as cidades que demonstraram maior variação negativa no Ranking, Belo Horizonte (MG) e Anápolis apresentaram casos parecidos.
Quadro 1 – Municípios com Maior Variação Negativa
Na 47ª posição no Ranking do Saneamento 2023, Belo Horizonte (MG) apresentou uma queda de 10 colocações, em relação ao Ranking do ano anterior. Entre os indicadores com desempenho negativo, no caso da capital mineira foram vistas pioras de 0,47 ponto percentual e de 0,50 ponto percentual nos indicadores de atendimento total e urbano de água, respectivamente.
O principal indicador que demonstrou piora, contudo, foi o de ligações de água, com uma redução de 53,65 pontos percentuais em relação ao ano anterior – o que explica a queda é que de 2019 para 2020 a capital mineira fez 78.787 novas ligações em relação ao faltante de 111.442 para a universalização, obtendo indicador de 70,70%. Já de 2020 para 2021, fez apenas 6.032 novas ligações em relação ao faltante de 35.338, avanço de 17,07% e uma piora de 53,63 pontos percentuais. Além disso, o município piorou todos os três indicadores de perdas de água.
O município de Anápolis (GO) figurou na 46ª posição no Ranking de 2023 – quando comparado com o ano anterior caiu 11 posições. Com uma situação parecida à de Belo Horizonte (MG), o município goiano apresentou uma leve piora de 0,53 ponto percentual e de 0,10 ponto percentual nos indicadores total e urbano de atendimento de água, respectivamente. Ambos os indicadores de investimentos sofreram uma queda de 1,46 pontos percentuais; o de ligações de água apresentou uma piora de 3,12 pontos percentuais; e o indicador mais relevante neste caso, de ligações de esgoto, observou uma retração de 17,25 pontos percentuais. Ademais, novamente, houve piora nos três indicadores de perdas.
Sendo assim, as cidades devem voltar seus esforços para buscar atingir as metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento, ou seja, fornecer acesso à água potável para 99% da população e atender 90% dos habitantes com os serviços de esgotamento sanitário até 2033.
Para mais informações sobre os indicadores de saneamento dos últimos anos nas localidades, acesse: https://www.painelsaneamento.org.br/.