De acordo com dados do Painel Saneamento Brasil, a diferença é de quase um salário mínimo na região Centro-Oeste
O acesso pleno ao saneamento básico traz melhorias significativas em várias áreas da sociedade, incluindo saúde, educação, economia, valorização imobiliária e até mesmo na produtividade e renda do trabalhador.
Na região Centro-Oeste, que abriga mais de 16 milhões de habitantes, a ausência do saneamento ainda afeta uma parcela considerável da população. Quase 1,8 milhão não têm acesso à água e mais de 6,2 milhões sofrem com a ausência de coleta de esgoto. Além disso, mais da metade do esgoto gerado (59,3%) não é tratado, sendo despejado de forma irregular no meio ambiente.
Para mensurar o impacto da ausência de saneamento na vida da população, dados do IBGE (2022) presentes no Painel Saneamento Brasil, apontam que a renda média dos habitantes do Centro-Oeste do país com acesso aos serviços básicos é de R$ 4.041,33, enquanto aqueles sem saneamento recebem cerca de R$ 2.633,00. Uma diferença de R$ 1.408,33, o que equivale a quase um salário mínimo.
Além disso, um estudo do Instituto Trata Brasil revela que a universalização do saneamento no estado do Mato Grosso, um dos estados do Centro-Oeste do país, poderia gerar um aumento de R$ 17,6 bilhões na renda do trabalho entre 2023 e 2040. Esse valor evidencia a importância do saneamento para a melhoria da produtividade e da renda dos trabalhadores.
A falta do acesso à água potável, da coleta e tratamento de esgoto impacta diretamente a saúde do trabalhador, resultando no afastamento de suas atividades laborais e, consequentemente, afetando sua fonte de renda. Sendo assim, a redução de doenças causadas pela precariedade de saneamento e a melhoria da saúde elevam de forma sistemática a produtividade dos trabalhadores.