Cerca de 70 mil hospitalizações ocorreram na faixa etária de 0 a 4 anos, enquanto mais de 30 mil afetaram crianças de 5 a 9 anos
A ausência de saneamento na vida de uma criança acarreta sérios riscos à saúde, prejudicando seu desenvolvimento físico e cognitivo. Isso se traduz em maior evasão escolar, notas mais baixas em todas as fases de aprendizado e um potencial de renda reduzido no futuro.
Um estudo do Instituto Trata Brasil revela que, em 2024, mais de 100 mil crianças de 0 a 9 anos foram internadas no SUS devido a doenças associadas à falta de saneamento. Em localidades sem infraestrutura adequada, a população enfrenta maior incidência de doenças de veiculação hídrica, como cólera e diarreia, além de outras enfermidades causadas por água contaminada ou parada.
Desse total, aproximadamente 70 mil hospitalizações ocorreram na faixa etária de 0 a 4 anos, enquanto mais de 30 mil afetaram crianças de 5 a 9 anos.
Tabela 1 – Internações* por DRSAI por faixa etária, grandes regiões e Brasil, 2024

Durante a infância, especialmente nos primeiros anos de vida, a alta incidência dessas enfermidades afasta as crianças de suas atividades rotineiras, além de criar condições desfavoráveis para seu desenvolvimento físico e cognitivo, elevando significativamente o risco de vida na primeira infância.
Assim, crianças que crescem em moradias sem saneamento adequado iniciam as próximas fases da vida em desvantagem comparadas àquelas com acesso a serviços básicos. Pensando na fase escolar, a falta de saneamento básico resulta em absenteísmo nas aulas, prejudicando a escolarização e o desempenho acadêmico das crianças.
Portanto, o acesso pleno aos serviços de água, coleta e tratamento de esgoto é fundamental para o desenvolvimento infantil a curto, médio e longo prazo. A universalização do saneamento proporcionará às crianças um crescimento saudável, reduzirá as faltas escolares por doenças e, no futuro, garantirá que seu potencial de renda e acesso ao mercado de trabalho não sejam comprometidos.