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>Ranking do Saneamento 2022 expõe as diferenças de investimentos entre as cidades presentes no relatório

Segundo dados do Ranking, a média de investimentos das capitais brasileiras foi de R$ 91,03 por habitante

Nesta última terça-feira, 22 de março, o Instituto Trata Brasil, em parceira com a GO Associados, divulgou a 14ª edição do Ranking do Saneamento. O relatório realiza uma análise nos indicadores de saneamento básico dos 100 maiores municípios brasileiros, com base nas informações disponíveis no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano 2020.

Além de demonstrar os indicadores de acesso água, atendimento a coleta e tratamento de esgoto e o índice de perdas de água na distribuição, o relatório do Ranking evidencia os investimentos totais por arrecadação nos últimos cinco anos, ou seja, neste indicador considera-se não apenas os investimentos realizados pelo(s) prestador(es), mas também os investimentos realizados pelo poder público. Quanto maior for essa razão, mais investimentos o município está realizando relativamente à arrecadação, logo, merece uma melhor posição no Ranking.

Tabela 1 – Casos positivos e negativos do indicador de investimentos totais sobre a arrecadação em cinco anos

Como é possível observar a partir da tabela acima, o município com maior percentual de investimentos no período foi Santo André (SP), com 101,07%; no Ranking do Saneamento 2022 a cidade ocupa a 32ª posição. Várzea Grande, na 93ª posição do Ranking, apresentou o menor nível relativo de investimentos, com 0%. O relatório concluiu que mais de 2 /3 dos municípios (69) investe menos de 30% do valor arrecadado em saneamento. Somente oito municípios investem mais de 60% de sua arrecadação em saneamento.

Para conferir o relatório completo, acesse –  https://tratabrasil.org.br/pt/estudos/ranking-do-saneamento/itb/ranking-do-saneamento-2022

Evolução dos Investimentos nas capitais brasileiras

O relatório além de apresentar a análise dos investimentos totais por arrecadação, foi feita também uma avaliação sobre os investimentos nas capitais brasileiras.

Entre 2016 e 2020, foram investidos cerca de R$ 23 bilhões em valores absolutos nas capitais, sendo que o município de São Paulo (SP) realizou quase metade desse montante, com aproximadamente R$ 11 bilhões. Consequentemente, foi a cidade com o maior investimento total no período, seguida por Brasília (DF) com R$ 1,5 bilhão, e pelo Rio de Janeiro (RJ) com R$ 1 bilhão.

Entretanto é importante ressaltar que de acordo com dados do Plansab, o patamar nacional médio de investimentos anuais por habitante para a universalização é de aproximadamente R$ 113,30 per capita.

Analisando nesse sentido, Cuiabá (MT) foi a capital que, em média, mais investiu, com R$ 213,33 por habitante. A segunda capital que mais investiu em termos per capita foi São Paulo (SP) com R$ 180,97 por habitante, seguida de Natal (RN) com R$ 141,21 por habitante.

Os investimentos mais baixos foram vistos em João Pessoa (PB) com R$ 26,36 por habitante, em Maceió (AL) com R$ 21,61 por habitante, e em Macapá (AP) última colocada do Ranking, com apenas R$ 11,25 por habitante.

A média das capitais foi de R$ 91,03 por habitante, valor quase 20% menor do que o estabelecido pelo Plansab.

Conclusão

Além dos dados preocupantes de investimentos apresentados, ao longo do relatório nas cidades brasileiras, segundo o SNIS 2020, os investimentos nacionais em água e esgotamento sanitário foram de R$ 13,7 bilhões, um valor menor que em 2019. O total de investimentos reduziu para 12,4% em relação aos R$ 15,7 bilhões de 2019.

O Ranking do Saneamento 2022 traz um alerta para os municípios na parte debaixo da tabela que pouco investem nos serviços de saneamento básico. O relatório também demonstra para as em capitais e outras grandes cidades a necessidade em priorizar os serviços básicos, para que até 2033, o país todo tem alcance as metas estabelecidas pelo Novo Marco Legal do Saneamento.