Estudo do ITB ainda aponta que entre 2023 e 2033, o acesso pleno dos serviços básicos geraria diversos benefícios para o estado
No final do mês de abril, o Instituto Trata Brasil, em parceria com a EX ANTE Consultoria Econômica, divulgou o estudo “Benefícios Econômicos da Expansão do Saneamento no Rio Grande do Sul”. O material apresenta os ganhos sociais, econômicos e ambientais a partir da universalização dos serviços de atendimento de água e esgotamento sanitário no estado gaúcho. Entre 2023 e 2033, os benefícios devem alcançar R$ 51,3 bilhões, os custos sociais no período devem somar R$ 17 bilhões aproximadamente. Sendo assim, os benefícios devem exceder os custos em quase R$ 34,3 bilhões, indicando um balanço social bastante positivo para a região.
Um dos ganhos socioeconômicos será na área da saúde, no qual, estima-se que haverá redução do custo com horas pagas e não trabalhadas em razão do afastamento por doenças associadas à falta do saneamento. O valor presente da economia total com a melhoria das condições de saúde da população desses municípios entre 2023 e 2033 deve ser de R$ 846,5 milhões, que resultará num ganho anual de cerca de R$ 77 milhões.
O acesso pleno dos serviços básicos refletirá na melhoria direta na saúde e, sendo assim, os trabalhadores irão se ausentar menos por decorrência de doenças associadas à falta de saneamento. Estima-se que haverá um forte aumento de produtividade devido à dinâmica futura do saneamento no estado do Rio Grande do Sul. O valor presente do aumento de renda do trabalho com a expansão do saneamento entre 2023 e 2033 será de R$ 21,6 bilhões, que resultará num ganho anual de quase R$ 2 bilhões.
Em termos de renda imobiliária, os ganhos para os proprietários de imóveis que alugam ou que vivem em moradia própria será de R$ 160 milhões por ano no estado do Rio Grande do Sul, o que totalizará um ganho a valor presente de R$ 1,8 bilhão entre 2023 e 2033. Esse valor foi calculado tomando por referência o estoque estimado de moradias do ano de 2019 e os valores de aluguel – pagos ou implícitos, ou seja, o custo de oportunidade dos proprietários de imóveis próprios – médios de 2019 e o que prevalecerá com a universalização do saneamento.
Pré-condição para o turismo, a universalização do saneamento resultará na valorização ambiental obtida com a despoluição dos rios e córregos e a oferta universal de água tratada. Desta forma, entre 2023 e 2033, o valor presente dos ganhos com o turismo deve alcançar R$ 3,2 bilhões, indicando um fluxo médio anual de R$ 294 milhões no período.
O acesso pleno aos serviços de água e coleta e tratamento de esgoto deixará um legado para o Rio Grande Sul, impactando positivamente a qualidade de vida dos quase 12 milhões de habitantes que vivem na localidade, como também para a futura geração.