Capital fluminense apresenta indicadores desafiadores, mas tem oportunidade de alavancar o saneamento com os quatro leilões realizados em 2021
Nesta última terça-feira, 01 de março, a cidade do Rio de Janeiro comemorou 457 anos de fundação. A Cidade Maravilha abriga quase 7 milhões de habitantes e, de acordo com dados do SNIS 2020, a população com abastecimento de água potável é de 100%, quanto os moradores com atendimento a coleta de esgoto correspondem a 87,95 %. Na capital fluminense, 54,34% da água produzida não chegam de forma oficial para as residências, ademais o volume de esgoto tratado é de 84,24%.
Comparando com dados do SNIS 2019, os habitantes com acesso à água eram de 98,4% e a população com atendimento a coleta de esgoto era de 86,3%. Em relação aos outros indicadores de saneamento, à água desperdiça nos sistemas de distribuição era de 41,0% e o esgoto tratado era de 65,6%.
O Rio de Janeiro passa por uma transformação no saneamento básico a partir dos quatro leilões realizados em 2021 entre o BNDES e o Governo do Estado. Bairros do Rio de Janeiro foram agregados a outros municípios na construção dos blocos, dos quais os leilões vencidos pelas empresas vão gerar investimentos acima dos R$ 32 bilhões. De acordo com o BNDES, o projeto de saneamento do Estado do Rio de Janeiro, incluindo obviamente a capital fluminense, é o maior do gênero no Brasil, deve gerar 45 mil empregos.
A expansão do saneamento básico é essencial para todos os setores socioeconômicos, e no Rio de Janeiro não seria diferente. Ofertar água tratada e coleta e tratamento para todos pode alavancar o setor do turismo, que tem grande importância no crescimento econômico na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com dados do IBGE, 2019, o rendimento médio dos empregados em turismo que moram em residências com saneamento básico é de R$ 2.473,59, enquanto a renda do trabalho no turismo sem saneamento é de R$ 1.963,66. Uma diferença de rendimento que corresponde a mais de R$ 500.
A aprovação da Lei Federal nº 14.026/2020, isto é, o Novo Marco Legal do Saneamento, reforça que todas as cidades brasileiras precisarão fornecer água potável para 99% dos habitantes e serviços de tratamento e coleta de esgoto para 90% da população. Portanto, os atuais números da Cidade Maravilha precisarão melhorar para que o Novo Marco Legal seja cumprido; o movimento com os leilões indica uma guinada para esse rumo.