A ausência dos serviços básicos prejudica a qualidade da água e provoca a contaminação de rios, lagos e mares
Celebrado no dia 19 de setembro, o Dia Mundial pela Limpeza da Água é uma data para fomentar ações dos poderes públicos e conscientizar a população sobre a importância de cuidar da água e do meio ambiente. A água, vital para o ser humano, é um dos recursos naturais mais prejudicados com a poluição. Entre as medidas para conservar a água, o acesso pleno aos serviços de saneamento básico é o principal aliado para mantê-la limpa e tratada, além de evitar que os corpos hídricos – lagos, rios e mares – sejam contaminados pelo despejo irregular de esgoto sem tratamento.
No Brasil, o saneamento ainda não é uma realidade para milhões de brasileiros. Cerca de 33 milhões de habitantes não têm acesso à água potável e mais de 93 milhões não são atendidos com coleta de esgoto. Ademais, somente 51,2% do esgoto é tratado, o que representa um volume de 5,52 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento lançados na natureza e nos corpos hídricos do país diariamente.
A contaminação da água tem efeitos negativos para o bem-estar do cidadão, provocando doenças que impactam a saúde de crianças, jovens e adultos. Segundo dados do DATASUS (ano base de 2021), presentes no Painel Saneamento Brasil, ocorreram quase 130 mil internações por doenças associadas à falta de saneamento. A exposição ambiental ao esgoto degrada e polui os reservatórios de água e nos mananciais, influenciando negativamente na qualidade do recurso hídrico.
Do ponto de vista ambiental, deve-se ter em mente que o saneamento qualifica o solo urbano, com efeito sobre as atividades nele desenvolvidas. Isso porque ele valoriza as construções existentes e possibilita edificações de maior valor agregado, o que implica aumento do capital imobiliário das cidades. Além de elevar o valor dos ativos e empreendimentos imobiliários, o saneamento possibilita o aumento e a valorização das atividades econômicas que dependem de condições ambientais adequadas para seu exercício, como é o caso do turismo. De acordo com o estudo “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento Brasileiro 2022”, realizado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a consultoria EX ANTE, a universalização do saneamento poderia gerar ganhos de R$ 80 bilhões por ano no setor de turismo, entre 2021 e 2040.
Desta forma, preservar a água é pré-requisito para a qualidade de vida do cidadão e também para o desenvolvimento de um país. Além disso, é válido pontuar que manter o recurso hídrico limpo e tratado resultaria em um menor custo para seu tratamento, isto é, a redução desses gastos teria efeitos econômicos positivos para o país.