Entre os estados da região, São Paulo apresenta o maior volume de esgoto despejado irregularmente
Formada por quatro estados, a região Sudeste é a mais populosa do Brasil, abrigando mais de 89 milhões de habitantes. Com desafios nos serviços de saneamento básico, a região ainda não atende com coleta de esgoto cerca de 16,3 milhões de habitantes (18,3%), enquanto trata somente 58,6% do volume gerado – o que representa o despejo diário de 2.229 piscinas olimpíadas sem tratamento de esgoto na natureza.
Em relação ao abastecimento de água para a população, mais de 7,5 milhões não têm acesso ao recurso hídrico. Ademais, a região perde 38% da água potável produzida nos sistemas de distribuição, ou seja, todo esse volume não chega de forma oficial para os habitantes.
Quadro 1 – Piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento despejadas diariamente nos estados da Região Sudeste
Fonte: Instituto Trata Brasil
A precariedade dos serviços de saneamento básico, principalmente da coleta e tratamento de esgoto, tem influência negativa na saúde dos habitantes, suscitando na propagação de doenças de veiculação hídrica. Segundo informações do DATASUS (2021), presentes no Painel Saneamento Brasil, na região Sudeste houveram mais de 20 mil internações por enfermidades associadas à falta de saneamento, resultando em 397 óbitos por essas doenças. A região teve despesas de mais de R$ 11 milhões devido às internações por doenças de veiculação hídrica.
O acesso digno aos serviços básicos tem o potencial de transformar realidades de uma localidade, mudando para melhor a vida dos habitantes e fomentar a economia local. Com as metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento, todas as localidades do país devem atender 99% da população com acesso à água e 90% com coleta e tratamento de esgoto até 2033, a Região Sudeste precisará investir ainda mais em políticas públicas voltadas para a melhoria do saneamento.