São José do Rio Preto foi destaque no evento do Instituto Trata Brasil, “Casos de Sucesso em Saneamento Básico – Municípios e Agências Reguladoras 2019”.
São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, aparece na 9ª posição do Ranking do Saneamento – 100 Maiores Municípios, promovido pelo Instituto Trata Brasil, na edição de 2022. Atualmente a cidade atende 96% da população com acesso à água tratada e 93,5% da população com acesso à coleta de esgoto. Além disso, o esgoto tratado corresponde a 96,4%.
Abaixo segue os indicadores de saneamento básico disponibilizados pelo SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento:
Ano | Indicador de atendimento total de água (%) | Indicador de atendimento total de esgoto (%) | Indicador de Esgoto Tratado por água consumida (%) |
2014 | 92,99 | 92,99 | 100 |
2015 | 89,74 | 92,91 | 100 |
2016 | 93,93 | 93,93 | 87,57 |
2017 | 97 | 93,46 | 85,16 |
2018 | 95,81 | 93,46 | 89,03 |
2019 | 96,03 | 93,48 | 93,99 |
2020 | 96 | 93,5 | 96,4 |
O INSTITUTO TRATA BRASIL ENTREVISTOU O SEMAE (Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto) DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, RESPONSÁVEL PELOS SERVIÇOS NO MUNICÍPIO. LEIA NA ÍNTEGRA:
Que esforços você destacaria como fatores mais importantes na gestão do saneamento local e que fizeram com que se chegasse a esta posição tão boa?
Tudo é uma questão de planejamento estratégico. Desde de 2007, o Semae vem balizando suas ações por meio de planos de gestão estratégica. Esses planos fazem o diagnóstico, levantam as necessidades e definem as prioridades, dentro da realidade econômica-financeira da autarquia. Os planos de gestão dão o norte para ações de planejamento, investimento, tarifas e combate à inadimplência. Além disso, todas as decisões adotadas levam em consideração questões técnicas, definidas por um grupo de servidores qualificados. O corpo técnico é nosso maior patrimônio. O Semae não deixa questões políticas interferirem nas decisões. A gestão tarifária, por exemplo, trata novos empreendimentos com responsabilidade e eficiência.
Com isso é possível com os recursos de tarifas justas fazer todos os investimentos necessários para garantir a boa qualidade e distribuição da água potável e coleta, afastamento e tratamento de esgotos.
Quais desafios e problemas vocês enfrentaram para a melhoria do saneamento básico da cidade? Como resolveram para chegar nos indicadores atuais?
O maior desafio do Semae foi encontrar uma tarifa adequada e justa para cumprir o planejamento financeiro. Foi necessário resolver problemas crônicos no abastecimento que marcaram as décadas de 80 e 90. A falta d´água era uma constante na cidade. Em 2001, com a criação do Semae foi dado um basta na prática de fazer política com o preço da tarifa. A população fingia que pagava pela água e a administração pública fingia que entregava o produto.
Com a recuperação da tarifa, os investimentos começaram a acontecer. A utilização de água subterrânea, com a perfuração de novos tubulares profundos, tanto do aquífero Bauru, como do aquífero Guarani mudou a realidade do abastecimento. Em 2020, o Semae inaugurou o 9º poço profundo do Guarani. O 10º está sendo perfurado e o 11º inicia a perfuração ainda esse ano. Além disso, no ano passado foram perfurados sete novos poços no Bauru. O volume de água oriundo desses empreendimentos irá abastecer uma população de 105 mil pessoas.
Outro grande problema solucionando foi o tratamento de esgotos, praticamente inexistente. Em 2001, eram apenas 3%. Para isso, foi necessário todo um planejamento e equação financeira para financiar a construção da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE Rio Preto, que hoje, após sua ampliação, está apta a atender uma cidade de 600 mil habitantes.
Iniciamos também um trabalho mais focado na universalização do saneamento, nas áreas mais vulneráveis do município, nos loteamentos que surgiram como irregulares e que hoje estão sendo regularizados.
3- Investimentos sem uma boa gestão não trazem resultados. E o oposto? É possível ter sucesso com pouco recurso financeiro?
O lema do prefeito Edinho Araújo é fazer mais e melhor com menos. Cada centavo da autarquia é gasto com responsabilidade e pensando na população. Somos superavitários, com uma das menores tarifas do país. Ainda assim, estamos entre os dez melhores serviços de saneamento básico do Brasil, segundo pesquisa do Instituto Trata Brasil.
É fundamental vontade política para que os resultados aconteçam. Na atual gestão, a prioridade é um saneamento básico eficiente e que traga melhorias para a população. O Semae trabalha com transparência e participação da sociedade. Não mede esforços para atingir seus objetivos. Nossa preocupação é a melhoria contínua, com os investimentos necessários e recursos para honrar os compromissos.
Que conselhos vocês dariam aos gestores e empresas operadoras de outras cidades para que consigam melhorar os indicadores de saneamento?
Adotar uma tarifa adequada de modo a garantir a implementação e implantação dos programas e obras que garantam a qualidade e a regularidade do saneamento nos municípios. O órgão responsável pelo saneamento tem que ser muito comprometido com o resultado efetivo do saneamento. É necessário ter um bom planejamento estratégico, com as diretrizes que reflitam a missão dos bons serviços prestados e customizado para o município. As metas têm de estar vinculadas diretamente nos indicadores financeiros e devem ser acompanhadas rigorosamente para que aconteçam os resultados efetivos.