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>Novo estudo do ITB aponta que a universalização do saneamento básico no Estado de Santa Catarina resultaria em ganhos socioeconômicos de R$ 14,8 bilhões até 2040

O estudo apresenta ganhos na área da saúde, no turismo, no setor imobiliário, aumento de empregos e no mercado de trabalho

Nesta quarta-feira, 27 de outubro, o Instituto Trata Brasil, em parceria com a Ex Ante Consultoria Econômica, divulga o novo estudo “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento no Estado de Santa Catarina” com objeto de apresentar os ganhos sociais, ambientais e econômicos com a universalização dos serviços de água e esgotamento sanitário no estado.

Santa Catarina possui 7,2 milhões de habitantes espalhados em 295 municípios. Analisando o contexto do saneamento básico no estado catarinense, dados do Sistema Nacional de Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS 2019) apontam que 89,1% dos habitantes têm acesso ao abastecimento de água e apenas 25,1% da população têm atendimento a coleta de esgoto, ou seja, 5,4 milhões de catarinenses ainda vivem sem esse serviço.

Gráfico 1 – População atendida por água e esgoto em Santa Catarina de 2005 a 2019

Fonte: SNIS. Elaboração: Ex Ante Consultoria Econômica

O relatório do estudo demonstra que o investimento na universalização do setor de saneamento traria vultosos benefícios que contribuiriam para a saúde da população, além de educação, renda, empregos. A partir de uma avaliação ampla, o estudo apresenta os ganhos entre 2021 e 2040, prazo limite para a universalização desses serviços, mas também num cenário de 35 anos, até 2055, prazo usual nos novos contratos sendo feitos no setor. Apenas como exemplo, na área da saúde seria gerada uma economia de R$ 8,8 bilhões com redução de doenças, internações e demais gastos.

Para alcançar à universalização seriam necessários investimentos de R$ 6,4 bilhões nos próximos 35 anos; recursos capazes de incorporar quase 2,5 milhões de pessoas no sistema de distribuição de água tratada e cerca de 6,3 milhões de pessoas no sistema de coleta de esgoto. Caso Santa Catarina invista esses recursos e chegue à universalização até 2040, o estado teria ganhos líquidos, ou seja, já descontados os investimentos necessários, de 14,8 bilhões em benefícios. Em um período de 35 anos, ou seja, até 2055 os ganhos seriam de R$ 23,9 bilhões.

Tabela 2 – Custos e benefícios da Universalização do saneamento em Santa Catarina de 2021 a 2040

Como legado dos investimentos em recursos para a universalização do saneamento básico, em ganhos no futuro, o estado catarinense terá R$ 3,70 de aumento de riqueza, para cada R$ 1,00 investido, a longo prazo, o retorno pode chegar a R$ 5,70. Ademais, entre 2021 e 2055, haverá uma geração crescente de novos empregos, seja pela expansão das redes ou na operação, que gira num patamar de 30 mil postos de trabalho. Estima-se que o aumento de renda do trabalho com a expansão do saneamento entre 2021 e 2055 será de R$ 3,2 bilhões, que resultará num ganho anual de R$ 91,2 milhões.

Tabela 3 – O legado da universalização do saneamento em Santa Catarina, pós-2055

Para Édison Carlos, presidente-executivo do Instituto Trata Brasil, os resultados do estudo mostram que o avanço do saneamento é o que falta para Santa Catarina ser ainda mais atrativo ao país. “Santa Catarina é um dos estados mais desenvolvidos do país em várias áreas, mas infelizmente não em saneamento básico. Está entre os piores. Todos os verões, com a vinda de milhares de turistas, vemos muitas notícias e protestos por conta de esgoto indo parar nas belíssimas praias do estado. Saneamento, portanto, é essencial para o progresso e o que realmente falta para o desenvolvimento completo do povo catarinense.”