Novo estudo do ITB aponta diversos ganhos que a universalização do saneamento traria para o estado de Pernambuco
O acesso à água potável e a coleta de esgoto resultaria em ganhos líquidos para Pernambuco de R$ 27,9 bilhões até 2055
Nesta quarta-feira, 06 de julho, o Instituto Trata Brasil em parceria com a Ex Ante Consultoria Econômica, divulga o novo estudo “Benefícios Econômicos e Sociais da Expansão do Saneamento em Pernambuco”. Com objetivo de apresentar os ganhos sociais, ambientais e econômicos que o estado teria com a universalização do saneamento, o relatório traz uma abordagem dos ganhos entre 2021 a 2040, prazo limite para a universalização desses serviços de acordo como Marco Legal do Saneamento, mas também num cenário de 35 anos, até 2055, prazo usual nos contratos de concessão e subconcessão do setor.
Em Pernambuco, a população com abastecimento de água potável é de 80,7%, enquanto somente 30,4% possuem coleta de esgoto em suas residências. Além disso, o estado perde quase 50% de água potável na distribuição, ou seja, de 100 litros produzidos, 50% não chegam à casa dos moradores devido aos vazamentos, erros de leitura dos hidrômetros e furtos.
Analisando algumas cidades do estado, os índices de saneamento estão entre os mais desafiadores do Brasil, conforme aponta o Ranking do Saneamento 2022, lançado pelo Instituto Trata Brasil com foco nos 100 maiores municípios do país. Entre as 20 piores cidades do país em saneamento, duas são pernambucanas: a capital Recife (83ª colocada) e Jaboatão dos Guararapes (88ª colocada).
PRINCIPAIS GANHOS FUTUROS COM A UNIVERSALIZAÇÃO DO SANEAMENTO BÁSICO
Como dito acima, o relatório leva em consideração dois períodos de análise: de 2021 a 2040, que é o tempo definido pelo novo marco regulatório do saneamento, e o de 2021 a 2055, que é a extensão temporal usualmente empregada em contratos de concessão ou subconcessão na área de saneamento.
Tabela 1 – Custos e benefícios da universalização do saneamento de 2020 a 2055
Para se chegar à universalização, o estudo aponta a necessidade de investimentos de R$ 21,2 bilhões nos próximos 35 anos. Esses recursos seriam capazes de incorporar quase 2,4 milhões de pessoas no sistema de distribuição de água tratada e cerca de 6,4 milhões de pessoas no sistema de coleta de esgoto. Com a universalização do saneamento até 2040, Pernambuco teria ganhos líquidos, ou seja, já descontados os investimentos necessários, de R$ 18,0 bilhões e de R$ 27,9 bilhões até 2055.
O acesso aos serviços básico para toda população traria um legado para o estado. Na saúde, por exemplo, devido à redução de custos por doenças de veiculação hídrica, existiria um ganho de R$ 2,6 bilhões na economia das cidades do estado. Ademais, com a universalização é esperado um aumento na renda imobiliária de R$ 3 bilhões. No balanço de ganhos e gastos, no caso de Pernambuco, o valor é de R$ 14,2 bilhões.
No período de 2021 a 2055, haverá um movimento crescente de geração de emprego e renda durante a expansão das redes e a estabilização num patamar de 23 mil postos de trabalho na região.
Tabela 2 – O legado da universalização do saneamento em Pernambuco, pós-2055
Para Luana Siewert Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Pernambuco seria beneficiado com ganhos em diversas áreas sociais, econômicas e ambientais, favorecendo o crescimento do estado como um todo e mudando o futuro da população. “Os ganhos apresentados no estudo em longo prazo são expressivos. Além disso, o estado possui grande potencial turístico, que poderia ser ainda mais explorado com avanços no saneamento, o investimento correto no setor geraria mudanças históricas em Pernambuco”.